Herói da FEB, Tenente Geraldo comemora 103 anos com família e militares

No último sábado (22), a bravura e a história de um verdadeiro herói foram celebradas em grande estilo. O Tenente Geraldo Rodrigues de Oliveira, veterano da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e um dos últimos pracinhas cearenses vivos, completou 103 anos cercado por familiares, amigos e militares do Exército. O evento, que aconteceu logo após as comemorações dos 80 anos da Batalha de Monte Castelo, contou com homenagens, música e a presença do Comandante da 10ª Região Militar, General de Divisão Cristiano Pinto Sampaio, que destacou a importância do legado deixado pelos combatentes brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

A trajetória do Tenente Geraldo na Força Expedicionária Brasileira

Natural de Assaré, Ceará, Geraldo Rodrigues de Oliveira nasceu em 22 de fevereiro de 1922. Em meio à Segunda Guerra Mundial, seu destino foi alterado ao ouvir os apelos patrióticos de Assis Chateaubriand pelo rádio, incentivando jovens a se alistarem para defender o Brasil. Movido por esse chamado, ele ingressou no Exército e passou pelo 23º e 29º Batalhões de Caçadores antes de ser designado para a Força Expedicionária Brasileira (FEB).

A bordo do navio General Meigs, partiu rumo à Itália para combater ao lado dos Aliados. Durante oito meses, enfrentou os desafios do front europeu, testemunhando os horrores da guerra e participando de batalhas decisivas. Entre suas memórias marcantes, Geraldo recorda o momento em que viu o corpo do ditador Benito Mussolini, fuzilado por antifascistas e exposto em praça pública. “Estava lá pendurado feito um boi. Eu cheguei a pegar nos cabelos dele”, relembrou.

Hoje, aos 103 anos, Tenente Geraldo se tornou um símbolo vivo da coragem cearense e da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Seu compromisso com a pátria e sua resiliência são reconhecidos não apenas por seus familiares e amigos, mas também pelo Exército Brasileiro, que segue homenageando sua trajetória.

A celebração dos 103 anos e as homenagens recebidas

A comemoração foi marcada por um clima de alegria e emoção. Vestindo paletó, boina e suas medalhas conquistadas ao longo da carreira, Geraldo Rodrigues de Oliveira recebeu os convidados com um sorriso contagiante, demonstrando a vitalidade que o acompanha há mais de um século.

O evento contou com a presença de militares da 10ª Região Militar, incluindo o General de Divisão Cristiano Pinto Sampaio, que prestou homenagem ao veterano e destacou sua importância histórica. “Qualquer atividade, homenagem ou evento é muito pouco perto da grandeza do feito dos pracinhas febianos”, afirmou o comandante.

Além das homenagens protocolares, a banda do Comando da 10ª Região Militar participou da celebração. Atendendo a um pedido especial do aniversariante, além do Hino da FEB, os músicos tocaram um tradicional forró pé-de-serra, garantindo que a comemoração também fosse repleta de cultura e descontração.

Durante a celebração, Geraldo compartilhou sua gratidão pelo momento especial: “Eu me sinto muito bem, graças a Deus, de comemorar meu aniversário. Coragem e satisfação”, disse o veterano.

O legado dos pracinhas e a importância da memória histórica

A presença de Tenente Geraldo e de outros veteranos da Força Expedicionária Brasileira reforça a necessidade de preservar a memória dos que lutaram pela liberdade na Segunda Guerra Mundial. A FEB desempenhou um papel fundamental na vitória dos Aliados, participando de batalhas decisivas como a Tomada de Monte Castelo, celebrada um dia antes do aniversário do veterano.

Homenagear figuras como o Tenente Geraldo é uma forma de manter viva a história dos pracinhas, reconhecendo sua bravura e ensinando às novas gerações o valor da dedicação à pátria. O Exército Brasileiro tem promovido eventos e registros históricos para garantir que o sacrifício desses combatentes jamais seja esquecido.

A comemoração dos 103 anos de Geraldo Rodrigues de Oliveira não foi apenas uma festa de aniversário, mas um lembrete do dever de preservar e valorizar os feitos dos heróis nacionais. A história da FEB segue viva por meio de pracinhas como ele, que, mesmo mais de oito décadas depois da guerra, continuam inspirando gerações com sua coragem e determinação.