Guerra digital: Brasil fortalece capacidades no maior exercício cibernético global

Oficiais no Comando de Defesa Cibernética do Brasil.
Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Entre firewalls e ataques simulados, militares brasileiros participaram do Locked Shields 2025, o maior exercício de defesa cibernética do planeta. Organizado pela OTAN, o treinamento reuniu 41 países em uma simulação realista de guerra digital — e o Brasil foi o único representante da América Latina.

Locked Shields 2025: o que é, quem organiza e como funciona o exercício

Equipe discute segurança cibernética em reunião.

Promovido anualmente pelo Centro de Excelência em Defesa Cibernética Colaborativa da OTAN (CCDCOE), com sede em Tallinn, Estônia, o Locked Shields é considerado o mais avançado exercício de guerra cibernética do mundo. Em 2025, 41 nações se uniram para simular ataques digitais coordenados contra infraestruturas críticas, redes governamentais e sistemas militares.

O exercício é dividido em dois níveis: técnico e estratégico. No primeiro, especialistas de diversas áreas — tecnologia da informação, segurança digital, criptografia e defesa cibernética — enfrentam cenários realistas de ameaças, com tempo limitado para reagir e proteger ativos digitais. No segundo, lideranças civis e militares lidam com a tomada de decisões políticas, jurídicas e estratégicas sob pressão, simulando situações de guerra híbrida e ataques geopolíticos.

O Locked Shields é um campo de testes para a resiliência nacional, a interoperabilidade internacional e a capacidade de resposta rápida a ataques em larga escala — qualidades cada vez mais exigidas em um mundo conectado e vulnerável.

O papel do Brasil e a atuação conjunta com Espanha e Suíça no nível técnico

O Brasil participa do Locked Shields desde 2021 e, neste ano, destacou-se por ser o único país latino-americano no exercício. A equipe brasileira foi integrada ao lado de especialistas da Espanha e da Suíça, em um time técnico que operou dentro de um cenário de defesa cibernética em tempo real.

A participação é coordenada pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro (ComDCiber), com envolvimento direto das três Forças Armadas, da Administração Pública Federal e da Justiça Militar da União. No nível estratégico, o Brasil operou de forma autônoma, debatendo decisões críticas sobre soberania digital, normas internacionais e resposta jurídica a incidentes cibernéticos.

Segundo o Comandante de Defesa Cibernética, “exercícios como esse são fundamentais para preparar o Brasil a atuar em pé de igualdade com as grandes potências digitais”. A experiência fortalece a doutrina, melhora protocolos de segurança e aprofunda a cultura de defesa cibernética em nível nacional.

Defesa cibernética como prioridade estratégica: lições e avanços para o Brasil

A participação no Locked Shields 2025 evidencia que o ciberespaço é um novo campo de batalha — e que o Brasil reconhece a importância de desenvolver capacidades próprias de defesa digital. O exercício não apenas testa habilidades técnicas, mas também promove a cooperação internacional, a confiança entre nações parceiras e a integração entre setores civil e militar.

A guerra digital exige infraestruturas resilientes, protocolos de resposta ágeis, formação contínua e investimentos em tecnologia nacional. Com essa atuação, o Brasil sinaliza seu compromisso em proteger ativos estratégicos, como redes elétricas, sistemas financeiros, comunicações militares e dados sensíveis da Administração Pública.

A guerra não é mais apenas travada com armas físicas. Hoje, um ataque bem-sucedido a um sistema digital pode ser tão devastador quanto uma ofensiva convencional. E o Locked Shields mostra que o Brasil está atento, capacitado e engajado em garantir sua soberania no ciberespaço.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui