Governo aprimora metodologia para medir o PIB do Mar

AviPa “Dourado” durante inspeção naval nas proximidades da Plataforma Manati
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O mar desempenha um papel estratégico na economia brasileira, mas medir sua real contribuição ainda é um desafio. Para aprimorar a metodologia de mensuração do PIB do Mar, o governo federal atualizou as diretrizes do Grupo Técnico (GT) “PIB do Mar” por meio da Portaria nº 23/MB/MD, publicada no Diário Oficial da União. A iniciativa busca consolidar um modelo estatístico eficiente, permitindo um planejamento mais preciso e sustentável das atividades econômicas ligadas aos oceanos.

A importância da mensuração do PIB do Mar para o Brasil

A Economia do Mar compreende uma ampla gama de atividades, incluindo pesca, aquicultura, transporte marítimo, turismo costeiro, biotecnologia marinha, energias renováveis oceânicas e mineração submarina. No entanto, quantificar a real contribuição desses setores ao Produto Interno Bruto (PIB) ainda é um grande desafio, devido à complexidade das operações e à falta de dados estatísticos unificados.

Ter uma metodologia eficaz para medir o PIB do Mar é essencial para o desenvolvimento sustentável do país. Dados precisos permitem a formulação de políticas públicas mais assertivas, além de direcionar investimentos privados para setores estratégicos. Além disso, compreender o impacto econômico das atividades marítimas possibilita a implementação de medidas regulatórias que conciliem crescimento e preservação ambiental.

A falta de uma medição consolidada impede que o Brasil aproveite todo o potencial de sua Amazônia Azul – a extensa área marítima sob jurisdição nacional, rica em biodiversidade e recursos naturais. Com uma metodologia estruturada, o país poderá planejar melhor a exploração e a conservação desses ativos, garantindo benefícios para as atuais e futuras gerações.

As novas diretrizes do Grupo Técnico ‘PIB do Mar’

A recente publicação da Portaria nº 23/MB/MD trouxe importantes avanços para a estruturação do GT “PIB do Mar”. Criado inicialmente em 2022, o grupo agora tem sua vigência estendida até dezembro de 2025, refletindo a necessidade de aprofundamento na mensuração desse setor estratégico.

Entre as principais atribuições do GT, destacam-se:

✅ Definir o conceito de Economia do Mar para o Brasil e identificar os setores que a compõem;
✅ Mapear o estado da arte dos setores marítimos, levantando os dados já disponíveis e suas limitações;
✅ Elaborar uma metodologia nacional para mensuração do PIB do Mar, permitindo um acompanhamento estatístico regular;
✅ Apresentar sugestões para a institucionalização dessa metodologia no governo federal, garantindo seu uso na formulação de políticas públicas.

A coordenação do grupo técnico será compartilhada entre o Ministério do Planejamento e Orçamento e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com participação de diversas pastas ministeriais e órgãos estratégicos, como o Ministério da Defesa, a Escola de Guerra Naval e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

Essa abordagem multidisciplinar reforça o compromisso do governo com uma análise detalhada e abrangente da Economia do Mar. Ao envolver diferentes setores, o país busca garantir que a metodologia desenvolvida atenda às necessidades reais do mercado e das políticas públicas.

Perspectivas para o futuro da Economia do Mar no Brasil

A institucionalização de uma metodologia oficial para medir o PIB do Mar pode trazer diversas oportunidades para o Brasil. Com dados mais precisos, o país terá maior capacidade de atrair investimentos para áreas estratégicas, como energias renováveis oceânicas e biotecnologia marinha, setores em crescimento no cenário global.

Outro aspecto essencial é a participação do setor privado. Empresas que atuam nos setores marítimos possuem dados valiosos que podem contribuir para a elaboração de uma mensuração mais precisa da Economia do Mar. A colaboração entre governo e iniciativa privada será fundamental para o sucesso da nova metodologia.

A cooperação internacional também terá um papel importante nesse processo. O Brasil tem participado de iniciativas como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que busca ampliar o conhecimento sobre os oceanos e aprimorar políticas de gestão marítima. O intercâmbio de experiências com outros países permitirá ao Brasil adotar as melhores práticas internacionais na mensuração do PIB do Mar.

Por fim, o avanço na coleta e análise de dados possibilitará que o Brasil se posicione de forma mais assertiva no cenário marítimo global. Ao compreender com maior precisão a contribuição econômica do mar, o país poderá planejar políticas mais eficazes, equilibrando crescimento econômico, inovação tecnológica e conservação ambiental.

A atualização das diretrizes do GT “PIB do Mar” representa um passo decisivo nesse caminho. Com a implementação de uma metodologia oficial e institucionalizada, o Brasil estará mais preparado para aproveitar todo o potencial da sua Economia do Mar, garantindo benefícios para a sociedade e consolidando sua posição como uma potência marítima global.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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