Programa Desafio Cibernético
Imagem: Portal BIDS

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) durante a pandemia houve um aumento de 70% em golpes virtuais, principalmente em tentativas de e-mails com vírus e links que levam a sites falsos (phishing) para obter informações como senhas, números de cartões de crédito, informações pessoais e outros dados.

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”O isolamento social proporcionou mudanças na vida de muitas pessoas, como por exemplo, a adoção do modelo home-office e o aumento das compras on-line, facilitando a ação de hackers. Para não ser vítima desse tipo de ação, é necessário observar uma série de práticas e desenvolver hábitos de segurança”, pontua Ricardo Mesquita, especialista em proteção de dados e gerente de TI da Howden Harmonia Corretora de Seguros.

Em 2020 houve uma série de vazamentos de dados pessoais por empresas e até mesmo pelo Governo, como a falha do sistema de dados do Ministério da saúde, que expôs informações de  milhões de brasileiros no internet, incluindo pessoas que já morreram. Outro caso de vazamento de dados bastante recente ocorreu em 19 de janeiro, quando foi anunciado que mais de 200 milhões de brasileiros – inclusive mortos também – tiveram dados vazados, como nome, endereço, registros de automóvel, score (análise de crédito individual), declarações de imposto de renda e salário, que foram parar em fóruns na chamada dark web.

Outra ferramenta que mudou a política de privacidade favorecendo o aumento de golpes é o whatsapp. Em 2016, o aplicativo passou a compartilhar informações dos usuários com o Facebook, do mesmo grupo econômico e também proprietário da ferramenta. Uma nova mudança nos termos veio e, a partir do dia 15 de maio, o aplicativo passará a compartilhar dados também com os parceiros do Facebook, provocando reações não só entre os usuários, mas também entre autoridades de proteção de dados e entidades europeias.

O especialista reforça que “as informações compartilhadas abrem uma brecha enorme para que golpes aconteçam, já que é possível ter acesso ao tipo de aparelho móvel, ao número de telefone registrado na conta, às informações sobre como o usuário interage com outras pessoas e empresas e até o endereço IP, que é uma identificação única para cada computador conectado a uma rede, como um ‘CPF’ digital”.

Uma das medidas que poderá minimizar os vazamentos de dados e, por consequência, a variedade de golpes, é a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A lei conferirá mais credibilidade ao compartilhamento de dados pessoais por parte das empresas e de toda a cadeia de fornecedores que usa esses dados, como acontece nas Corretoras de Seguros e Seguradoras, por exemplo. “A LGPD é um marco regulatório aplicável ao tratamento de dados pessoais por empresas privadas, órgãos públicos e pessoas físicas. Uma vez que corretoras de seguros dependem da coleta e tratamento de informações para oferecer produtos e serviços a seus clientes, a efetivação de políticas e boas práticas alinhadas à nova legislação é fundamental para evitar litígios que envolvam os segurados”, finaliza Mesquita.

Dicas para não cair em ciladas:

Ricardo Mesquita sugere ações que podem prevenir golpes virtuais no dia a dia, principalmente nesse momento de pandemia, como:

  • Não abrir links desconhecidos enviados por SMS, Whatsapp, e-mail ou mensagem em mídias sociais, mesmo que o remetente seja alguém conhecido.

  • Não fornecer, em hipótese alguma, informações pessoais em sites ou aplicativos estranhos.

  • Trocar as senhas periodicamente, de preferência a cada três meses. Evite referências óbvias, como data de nascimento ou número de telefone.

  • Atualizar sempre os sistemas operacionais – o mesmo vale para firewalls e antivírus.

  • Verificar sempre o remetente ao receber e-mails, mesmo os enviados por alguém conhecido. Todos devem ser vistos com cautela, principalmente quando o campo “Assunto” tiver um tema polêmico ou apelativo.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).