Fragatas Tamandaré receberão mísseis MANSUP em parceria com SIATT

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A Marinha do Brasil deu mais um passo significativo na modernização de sua frota com a assinatura de um contrato para o fornecimento dos mísseis antinavio MANSUP. Desenvolvido pela SIATT em parceria com a EDGE, o armamento será integrado às fragatas da classe Tamandaré, reforçando a capacidade de dissuasão e defesa naval do país. O acordo foi firmado durante a Exposição Internacional de Defesa (IDEX) 2025, em Abu Dhabi, e marca um avanço na autonomia tecnológica da indústria de defesa brasileira.

O MANSUP e sua importância para a defesa naval brasileira

O MANSUP (Míssil Antinavio Nacional de Superfície) é um marco para a soberania militar do Brasil. Desenvolvido para substituir os mísseis Exocet MM40, o sistema representa um avanço na capacidade de ataque da Marinha, garantindo maior independência tecnológica no setor de armamentos.

Entre suas características técnicas, destaca-se o sistema de orientação inercial e homing por radar ativo, que permite ao míssil localizar e atingir alvos inimigos com alta precisão. Além disso, o MANSUP possui um alcance estimado de 70 km, tornando-se uma peça essencial na proteção das águas jurisdicionais brasileiras.

A SIATT e a Marinha do Brasil também trabalham na evolução do projeto com o MANSUP-ER (Extended Range), uma versão de alcance estendido que ampliará ainda mais a capacidade de engajamento da frota naval brasileira. Além do uso embarcado, o sistema poderá ser adaptado futuramente para plataformas aéreas e terrestres, consolidando o Brasil como um player global no desenvolvimento de mísseis de alta tecnologia.

A parceria entre a Marinha do Brasil, a SIATT e o Grupo EDGE

O desenvolvimento do MANSUP é fruto de uma cooperação entre a Marinha do Brasil e a SIATT, empresa brasileira especializada em armamentos inteligentes e sistemas de alta tecnologia. Em 2022, o Grupo EDGE, dos Emirados Árabes Unidos, adquiriu 50% de participação acionária na SIATT, fortalecendo ainda mais a presença internacional do projeto.

Durante a assinatura do contrato na IDEX 2025, o Vice-Almirante Carlos Henrique de Lima Zampieri, Diretor de Sistemas de Armas da Marinha do Brasil, enfatizou a relevância do programa MANSUP para o país:

“A integração de soluções de ponta desenvolvidas localmente, como o MANSUP, nas fragatas da classe Tamandaré exemplifica nosso empenho no desenvolvimento de capacidades nacionais. A parceria com a EDGE tem sido essencial para o sucesso desse programa.”

O CEO da SIATT, Rogério Salvador, destacou que o acordo representa um marco na estratégia de expansão internacional da empresa:

“Este evento mostra a força do relacionamento entre os Emirados Árabes Unidos e o Brasil e abre caminho para exportações do MANSUP para outros países amigos.”

Além do impacto tecnológico, a parceria fortalece a indústria de defesa nacional, gerando empregos diretos e impulsionando um ecossistema de fabricação avançado no Brasil.

As fragatas da classe Tamandaré e a modernização da frota

As fragatas da classe Tamandaré representam um salto tecnológico para a Marinha do Brasil. Com quatro unidades em construção pelo consórcio Águas Azuis, liderado pela Thyssenkrupp Marine Systems (TKMS), essas embarcações reforçarão a defesa naval brasileira nos próximos anos.

Projetadas para operações de defesa marítima e missões de segurança, as fragatas Tamandaré contarão com um arsenal de ponta, incluindo:

  • Sistema de Mísseis MANSUP, que substituirá os antigos Exocet MM40;
  • Canhões navais de médio e pequeno calibre para defesa contra ameaças aéreas e de superfície;
  • Sistemas de guerra eletrônica e sensores modernos para vigilância e controle do espaço marítimo.

A incorporação do MANSUP nessas embarcações reforça a estratégia da Marinha do Brasil de operar com tecnologia nacional de alta performance, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros e consolidando sua capacidade de dissuasão e defesa.

Com a assinatura do contrato, a Marinha do Brasil, a SIATT e o Grupo EDGE reafirmam o compromisso com a inovação e o fortalecimento das capacidades navais brasileiras, preparando a Força para enfrentar desafios estratégicos no cenário marítimo global.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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