As possibilidades da participação das micro e pequenas indústrias no setor de defesa foram discutidas na semana passada, durante reunião conjunta da Câmara da Micro e Pequena Empresa e do Comitê da Indústria de Defesa (Comdefesa) da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). No evento, realizado à distância, foi apresentado o Projeto Defesa, iniciativa da FIESC e do Sebrae orientada para a inserção das micro e pequenas nas negociações com as Forças Armadas.

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“A indústria catarinense é bastante diversificada, o que não é diferente nos micro e pequenos negócios, por isso, certamente cada indústria de pequeno porte pode ter um produto de interesse das forças armadas, da mesma forma que, do outro lado, as Forças Armadas podem identificar o potencial de fornecimento pelos micro e pequenos negócios”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, na abertura da reunião.

O diretor de Material do Exército, general Éverton Pacheco da Silva, fez uma exposição didática sobre a forma de aquisição das diversas classes de produtos (alimentos, veículos, combustíveis, transporte aéreo, entre outros). Ele também explicou que as aquisições podem ser centralizadas pelo Exército ou descentralizadas nas regiões ou unidades militares. “O Exército é composto por cerca de 220 mil homens, em cerca de 650 organizações militares. Na quinta região militar, sediada em Curitiba e que congrega os estados do Paraná e de Santa Catarina, o efetivo é de cerca de 16,5 mil homens e 49 organizações militares”, falou. O militar também relacionou os documentos de orientação aos interessados em vender para as Forças Armadas e os caminhos na internet para a realização dos procedimentos de cadastro das empresas para sua habilitação.

O presidente da Câmara da Micro e Pequena Indústria da FIESC, Célio Bayer, observou que a proposta da reunião surgiu durante a 2ª Expo Defense – Feira de Tecnologias e Produtos de Defesa, realizada em maio, em Florianópolis. “Além de ampliar sua carteira de clientes, ao se propor a vender para as Forças Armadas as micro e pequenas indústrias vão ter uma oportunidade de melhorar seus processos e produtos”, observou Bayer. “As Forças Armadas são um grande consumidor”, disse. O empresário citou dois exemplos potenciais de fornecimento. Um deles é o segmento de produção de banana e derivados, inclusive da agricultura familiar, por meio de cooperativas, da região de Corupá, no Vale do Itapocu. O segundo exemplo que ele citou é o de fornecimento de peças para manutenção de veículos e equipamentos militares.

Presidente do Comdefesa da FIESC, o empresário César Olsen destacou a parceria entre a FIESC e o Sebrae para auxiliar as empresas de pequeno porte. “O segmento precisa ter resiliência, visão de futuro e apoio para dar conta das inúmeras funções que precisam ser cumpridas – gestão tributária, marketing, etc”, disse. “O grande segredo para fornecer às Forças Armadas é ter foco e nunca desistir”, afirmou.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) tem o propósito permanente de fortalecer a Base Industrial de Defesa e Segurança Brasileira (BIDS), que gera 60 mil empregos diretos e 240 mil indiretos e responde por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.