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A revolução energética chegou aos mares, e o Brasil precisa definir seu rumo nesse cenário de mudanças. Com o avanço das regulamentações internacionais sobre a descarbonização do transporte marítimo, torna-se essencial debater soluções para tornar a matriz energética da navegação mais sustentável. Com esse objetivo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizam hoje, dia 10 de fevereiro, o II Seminário Internacional de Transição Energética no Mar, reunindo especialistas e autoridades para discutir o futuro do setor.
O Brasil e o desafio da descarbonização do setor marítimo
O transporte marítimo representa cerca de 90% do comércio global e, ao mesmo tempo, responde por aproximadamente 3% das emissões de gases de efeito estufa no mundo. Diante desse cenário, a Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas ambiciosas para a descarbonização do setor, exigindo que os países adotem estratégias eficazes para reduzir a pegada de carbono das embarcações.
Para o Brasil, a transição energética no setor marítimo não é apenas uma questão ambiental, mas também um fator determinante para a competitividade no comércio internacional. A adaptação às novas regulamentações da IMO é essencial para evitar barreiras comerciais e manter a eficiência logística do país. Além disso, o Brasil possui vantagens estratégicas, como a abundância de fontes renováveis de energia, que podem ser exploradas para o desenvolvimento de combustíveis alternativos, como o etanol, o biometano e o hidrogênio verde.
A descarbonização do transporte marítimo representa também uma oportunidade para fortalecer a Base Industrial de Defesa, incentivando a produção nacional de embarcações com tecnologias mais limpas e ampliando o mercado para soluções energéticas inovadoras.
O II Seminário Internacional e seus objetivos estratégicos
O II Seminário Internacional de Transição Energética no Mar dará continuidade às discussões iniciadas na edição anterior, realizada em 2024, que contou com a presença do Secretário-Geral da IMO, Arsenio Dominguez, além de representantes do governo, da indústria e da academia.
O evento tem como principais objetivos:
✅ Reforçar a urgência da transição energética no setor marítimo para os principais decisores políticos e empresariais;
✅ Identificar vantagens comparativas do Brasil na substituição dos combustíveis fósseis por alternativas renováveis;
✅ Debater os sistemas de propulsão mais adequados para essa mudança;
✅ Atualizar a análise dos desafios logísticos e portuários no novo contexto energético;
✅ Avançar na formulação de um Plano Nacional para a Transição Energética no Mar;
✅ Defender a criação de um Comitê de Alto Nível para coordenar as ações do setor.
A participação de instituições como o Cluster Tecnológico Naval e o apoio do BNDES reforçam a importância do evento como um espaço de formulação de estratégias concretas para o Brasil se posicionar nessa transformação global.
Caminhos para a transição energética no setor marítimo
A adoção de novas tecnologias de propulsão naval é um dos principais desafios da transição energética. Entre as alternativas em estudo, destacam-se motores movidos a gás natural liquefeito (GNL), hidrogênio verde, biocombustíveis e propulsão elétrica. Cada solução apresenta vantagens e desafios específicos, exigindo investimentos em infraestrutura portuária e logística para viabilizar sua implementação em larga escala.
Além da questão tecnológica, a transição energética no setor marítimo requer uma abordagem coordenada entre diferentes órgãos governamentais e setores da economia. Por isso, uma das pautas centrais do seminário será a criação de um Comitê de Alto Nível para estruturar e acompanhar a implementação das políticas voltadas à descarbonização marítima no Brasil.
A urgência dessa transformação não pode ser ignorada. Ações concretas são essenciais para que o Brasil aproveite suas vantagens naturais e tecnológicas, garantindo um papel de protagonismo na navegação sustentável do futuro. O II Seminário Internacional de Transição Energética no Mar representa um passo fundamental nessa jornada.
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