Autoridades, convidados, congressistas e a sociedade civil acompanharam o segundo dia do Congresso de Operações Policiais – COP Internacional, que foi realizado em Florianópolis-SC, dando continuidade ao debate acerca da segurança pública e novos caminhos de combate à violência no Brasil. O evento iniciou com a palestra de Rogério Greco, atual Secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais e contou também com a participação de Alan Turnowski, Secretário da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e do Juiz Alexandre Abrahão, Presidente do Tribunal do Juri do Rio de Janeiro.
Histórico da violência no Rio de Janeiro
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Em sua palestra, o secretário da Polícia Civil Rogério Greco fez uma retrospectiva histórica da violência no Rio de Janeiro, culminando no contexto atual que, segundo o palestrante, iniciou com más decisões políticas na década de 60 e 70 e que hoje se repetem, agravados pela integração de facções cariocas com grupos terroristas mundiais, pela corrupção generalizada e pela crise nos poderes executivo, judiciário e legislativo.
Greco relembrou a década de 90, quando a potencialização da violência ocorreu em decorrência do massacre do Carandiru, em 1992, origem do Primeiro Comando Capital – PCC, mais violento que as facções cariocas, mais organizado e permeado por todo o corpo da sociedade.
“O PCC é um grupo que começou com 8 pessoas e hoje têm 35 a 40 mil integrantes, que chegam a um faturamento de 1 bilhão de reais por ano, só perdendo em dimensões para o cartel colombiano”, afirmou o secretário.
De acordo com Rogério Grecco, o sistema prisional caótico do Brasil hoje serve de berço para o surgimento de cada vez mais facções criminosas e a situação se torna mais grave quando se integra esse fato com a existência de milícias infiltradas em todo o sistema. Para ele, um possível caminho em busca de solução é a união das inteligências policiais.
Mitos sobre violência urbana.
No início da tarde, foi a vez de Alan Turnowski, secretário da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro abordar os mitos que circulam a respeito da atuação da polícia frente à violência da criminalidade, como a ideia de que quanto mais inteligência, menor a necessidade de combate da polícia; que a liberação das drogas acabaria com a violência dos morros; por último, que crimes sem potencial ofensivo não devem ser punidos com prisão.
“O que acaba com o confronto é uma polícia mais forte” ponderou o Secretário. Sobre o combate às drogas, o palestrante demonstrou com dados que “hoje, 70% do faturamento do tráfico vem da cobrança de serviços, como transporte, internet e gás. Liberar drogas não acabaria com a violência, mas estimularia o caos urbano”. Finalizando a abordagem, a autoridade pública reforçou que “a não punição faz com que o crime comece a valer a pena”.
O monitoramento da criminalidade e a discussão sobre atiradores especiais
A palestra do juiz Alexandre Abrahão, presidente do Tribunal do Juri do Rio de Janeiro foi relacionada a um acontecimento que foi notícia em 2019: o sequestro do ônibus na Ponte Rio-Niterói, que despertou na sociedade civil e no meio da segurança pública a discussão sobre a atuação de atiradores especiais. Embasando em exemplos do dia a dia em combate, o juiz defendeu que a era da informação e propagação de posturas criminosas, vem fazendo com que o Rio de Janeiro seja visto hoje mundialmente como um dos exemplos contemporâneos de guerra e caos sem controle.
“A criminalidade hoje já tem um monitoramento. Existe uma infiltração para proteger o criminoso: armamento, postura, adequação ao ambiente de combate, patrulhamento a tiro. Efetivamente se questiona o atirador de precisão da polícia, mas as forças estão reagindo (agindo atrás)”.
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