Falta de dados afeta gestão da pesca no brasil, aponta relatório

Elza Fiúza / Agência Brasil

A gestão da pesca no Brasil enfrenta um desafio significativo: a falta de dados confiáveis sobre quase metade das espécies de interesse econômico. Segundo o 4º Relatório Auditoria da Pesca, elaborado pela ONG Oceana, o país ainda desconhece a situação de 48% dos estoques pesqueiros, o que compromete a tomada de decisões e a sustentabilidade da atividade pesqueira.

Situação Atual da Gestão Pesqueira

Falta de Dados sobre 48% dos Estoques Pesqueiros

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Fábio Rodrigues / Agência Brasil

O relatório da ONG Oceana revela que, até 2023, o Brasil dispunha de informações adequadas para avaliar apenas 52% das 135 espécies de peixes de interesse econômico. Isso significa que quase metade das espécies pescadas comercialmente no país permanece sem um acompanhamento detalhado, incluindo dados essenciais como tamanho dos estoques, mortalidade por pesca e biomassa. Essa carência de informações não só impede uma gestão eficaz, mas também dificulta a adoção de políticas que garantam a sustentabilidade a longo prazo.

Impactos Dessa Lacuna na Sustentabilidade e na Economia

A ausência de dados confiáveis prejudica a capacidade do Brasil de tomar decisões estratégicas para a preservação de seus recursos marinhos. Com 66% das espécies avaliadas sendo consideradas sobrepescadas, a falta de um monitoramento abrangente pode levar ao esgotamento de populações importantes, afetando tanto a biodiversidade quanto a economia pesqueira. A sobrepesca coloca em risco a sustentabilidade das atividades pesqueiras, ameaçando a segurança alimentar e a subsistência de comunidades que dependem diretamente da pesca.

Comparação com Dados de Anos Anteriores e Melhorias Recentes

Embora o relatório de 2023 indique uma leve melhora em relação a 2022, quando apenas 49% das espécies tinham dados suficientes, o avanço é considerado insuficiente pelos especialistas. Desde que a Oceana começou a publicar a Auditoria da Pesca, em 2021, a transparência e a administração das frotas e dos recursos pesqueiros têm mostrado progressos graduais. No entanto, a falta de um plano de longo prazo e de regulamentações atualizadas ainda coloca a gestão pesqueira brasileira em uma posição vulnerável.

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