Exércitos de Brasil e Argentina ampliam cooperação com permuta de animais

2ª Bda Cav Mec

A colaboração entre Brasil e Argentina ganhou um novo símbolo em outubro: a troca de cães e cavalos para missões militares. O acordo, firmado na XV Conferência Bilateral de Estado-Maior, envolve o intercâmbio de animais e material genético e destaca a importância da cooperação em defesa. A cerimônia de troca, realizada na fronteira entre os países, contou com a presença de autoridades civis e militares.

Contexto e Objetivos da Permuta Militar entre Brasil e Argentina

O intercâmbio de cães e cavalos entre os Exércitos do Brasil e da Argentina representa mais que uma simples troca de animais: é uma iniciativa de fortalecimento de relações no contexto da diplomacia militar. Este movimento foi acordado durante a XV Conferência Bilateral de Estado-Maior, em 2022, e se concretizou na última semana com a permuta realizada na Ponte Internacional, em Uruguaiana, cidade que simboliza a proximidade e os laços históricos entre os dois países.

O objetivo principal da troca é o aprimoramento dos plantéis de cães e cavalos usados em missões militares, com o compartilhamento de animais e materiais genéticos de alto valor. O Exército Argentino solicitou do Brasil um equino reprodutor e cães para melhorar suas operações. Em contrapartida, o Brasil recebeu cinco éguas Polo Argentino e material genético para a criação. Esse intercâmbio visa não apenas reforçar a qualidade dos animais, mas também fortalecer a cooperação regional em defesa e segurança, promovendo maior confiança entre as Forças Armadas.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

A diplomacia militar, que envolve a cooperação entre nações por meio de suas forças armadas, ganha mais um exemplo positivo com essa permuta. A troca de animais é um símbolo de uma relação que vai além dos aspectos políticos e aproxima ambos os países por meio da confiança mútua e da integração regional, contribuindo para a estabilidade e a paz na América do Sul.

A Utilização de Animais nas Missões Militares dos Exércitos Brasileiro e Argentino

Os animais têm um papel vital nos exércitos do Brasil e da Argentina, tanto nas operações militares quanto em programas de apoio social. No Brasil, a Cavalaria tem raízes profundas que remontam aos primeiros tempos da Força, sendo até hoje parte central das atividades do Exército. Além das funções de patrulhamento e segurança, os cavalos são empregados em cerimônias e eventos oficiais e têm presença marcante nos Regimentos de Cavalaria, que mantêm equipes e estruturas específicas para o cuidado e treinamento dos equinos. Localizada em São Borja (RS), a Coudelaria do Rincão é responsável pelo desenvolvimento e preparação dos cavalos militares desde potros, garantindo o alto nível físico e sanitário dos animais.

Foto: 2ª Bda Cav Mec

Além de operações militares, os cavalos são utilizados em programas de Equoterapia, que se destinam ao tratamento e reabilitação física e emocional de crianças e adultos. Atualmente, o Exército Brasileiro conta com mais de 20 centros de Equoterapia distribuídos em diversas unidades do país, promovendo uma contribuição social significativa por meio de suas instalações e de equipes especializadas.

Os Cães de Guerra também desempenham funções essenciais, variando de patrulha a saltos com paraquedistas, e se integram às operações com rigoroso treinamento conduzido por cinófilos militares. Adestradores treinam os cães em comandos que vão desde os básicos até os avançados, garantindo que eles possam atuar em diversas missões de segurança pública e apoio militar. Os cães utilizados pelo Exército Brasileiro são originados de centros especializados localizados em Osasco (SP) e Brasília (DF), onde as raças selecionadas incluem Pastor Alemão, Pastor Belga Malinois, Labrador, Dobermann e Rottweiler. Com isso, tanto o Brasil quanto a Argentina possuem estruturas específicas e profissionais dedicados ao treinamento e bem-estar de cães e cavalos, essenciais para o sucesso das operações.

Impactos e Significados da Permuta no Cenário Regional

Foto: 2ª Bda Cav Mec

A troca de cães e cavalos reforça os laços de cooperação entre Brasil e Argentina em um momento em que a diplomacia militar assume papel estratégico para a segurança e a estabilidade na América do Sul. Iniciativas como essa vão além dos aspectos operacionais, consolidando uma relação de confiança mútua entre as duas nações. Essa troca prática e simbólica fortalece a percepção pública de que a integração na área de defesa pode contribuir para a paz e a prosperidade regional, especialmente quando conduzida de forma transparente e com envolvimento de autoridades civis e militares.

A permuta entre os exércitos brasileiro e argentino também exemplifica a importância da cooperação prática como um elemento de diplomacia. A troca de animais com objetivos de melhoramento genético e aprimoramento dos plantéis é uma forma de avançar a relação bilateral com ações tangíveis e de impacto duradouro. O intercâmbio de recursos e conhecimentos fortalece a capacidade dos exércitos de atuarem conjuntamente, abrindo caminhos para novas parcerias em defesa e segurança, que podem incluir exercícios conjuntos e o compartilhamento de tecnologia e inteligência.

Finalmente, esse acordo de permuta de animais revela um potencial para futuras colaborações entre Brasil e Argentina, que podem se expandir para outras áreas dentro e fora do campo militar. A aproximação entre as Forças Armadas, iniciada com um gesto simples, mas carregado de simbolismo, é um importante passo rumo a uma colaboração ainda mais sólida e integrada. Esses pequenos acordos vão construindo, aos poucos, uma segurança compartilhada entre as nações sul-americanas, contribuindo para a paz e a estabilidade no continente.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias, faça denúncias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Google News

Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui