Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias. |
Em um gesto de cuidado e presença, o Exército Brasileiro promoveu, entre os dias 7 e 11 de abril, uma ampla ação de saúde voltada às mulheres indígenas da etnia Javaé, na Ilha do Bananal (TO). A operação, realizada em conjunto com o Poder Judiciário e órgãos de saúde indígena, mobilizou tropas da 3ª Brigada de Infantaria Mecanizada e prestou atendimento a centenas de indígenas — um exemplo de cooperação e compromisso com a dignidade dos povos tradicionais.
Planejamento logístico e estrutura para atendimento de excelência
A missão exigiu uma complexa estrutura logística e operacional, coordenada principalmente pelo 22º Batalhão de Infantaria Mecanizado, responsável pelo transporte de 461 indígenas até os locais de atendimento. A Escola Municipal Hermínio de Azevedo Soares foi transformada em um posto avançado de saúde, com consultórios improvisados e suporte para atendimentos médicos, ginecológicos, odontológicos e pediátricos.
Cerca de 250 militares do Comando Militar do Planalto atuaram diretamente no evento, prestando apoio técnico e organizacional para viabilizar os atendimentos. A ação atendeu 895 pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças das 13 comunidades da etnia Javaé. No encerramento, moradores não indígenas da região também foram assistidos, reforçando o caráter inclusivo da ação.
A operação teve ainda a participação de equipes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e do Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins (DSEI-TO), garantindo a oferta de serviços com qualidade e sensibilidade cultural.
Presença militar como gesto de respeito e inclusão
Mais do que uma missão técnica, a ação foi marcada por uma profunda dimensão humana e social. O cuidado com as mulheres indígenas, historicamente invisibilizadas em muitas políticas públicas, foi um gesto simbólico e necessário de reconhecimento de direitos. A presença de militares em áreas remotas, prestando serviços essenciais, fortalece os laços entre o Estado e os povos tradicionais.
O respeito às tradições e à identidade cultural foi evidente durante toda a ação. Líderes comunitários participaram do planejamento local e foram protagonistas nas orientações e interações com as equipes. A escuta ativa, o acolhimento e o cuidado com as especificidades da população Javaé demonstraram que é possível fazer política pública com empatia e dignidade.
A presença feminina militar, cada vez mais expressiva nas missões humanitárias, também foi um fator positivo. Médicas, enfermeiras e militares do sexo feminino foram fundamentais para criar um ambiente de conforto e confiança durante os atendimentos.
Forças Armadas como instrumento de cidadania ativa
A ação na Ilha do Bananal integra um conjunto de iniciativas que posicionam o Exército Brasileiro não apenas como uma força de defesa, mas também como um agente de desenvolvimento e inclusão. Em áreas onde o Estado enfrenta desafios de presença efetiva, as Forças Armadas atuam como ponte entre o direito e sua concretização prática.
Em um Brasil diverso e desigual, levar saúde a quem mais precisa é um gesto de soberania, mas também de justiça social. O evento reafirma o papel das Forças Armadas no apoio a políticas públicas, sempre em colaboração com órgãos civis e instituições democráticas, como o CNJ.
A cerimônia de abertura, com a presença do General de Divisão Ricardo Piai Carmona e do General de Brigada Ivon Barreto Leão, foi mais do que protocolar: foi um testemunho do compromisso institucional com a cidadania. Já o encerramento, com moradores não indígenas também sendo atendidos, mostrou que o cuidado não tem fronteiras étnicas — é dever constitucional do Estado brasileiro.
Participe no dia a dia do Defesa em Foco
Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395