Atualizar um tanque de guerra seria tão fácil quanto trocar um cartucho de videogame (Imagem: Larry D. Moore/Wikimedia Commons)

Um tanque de guerra custa para o exército dos EUA cerca de US$ 6 milhões, algo em torno de R$ 31 milhões. Pensando em como sairia caro fazer um upgrade de toda a frota, pesquisadores resolveram apostar em uma tecnologia bem conhecida do público gamer mais raiz. Em vez de comprar tanques novos, eles querem atualizar os veículos usando cartuchos parecidos com aqueles do Nintendo 64 — que não podiam ser assoprados, vale lembrar.

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A ideia dos cientistas do exército é tornar o processo de atualização mais rápido e barato, aumentando o tempo de vida útil das plataformas que já existem e que ainda funcionam muito bem. O método proposto pelo sistema modular conhecido como CMOSS tornaria a substituição de peças um trabalho menos especializado e que pudesse ser tão simples quanto instalar uma placa de vídeo ou remover um chip de computador.

“Devido à modularidade, o CMOSS permite economia de custos por meio de uma maior competição durante a fase de aquisição, mas também há potencial para uma economia de custo significativa ao longo de todo o ciclo de vida, incluindo a manutenção dos veículos”, explica um dos responsáveis pelo projeto, o pesquisador Jason Dirner

Militar e modular

Tanques de guerra são equipamentos complexos, com componentes exclusivos, projetados para fins específicos e, na maioria das vezes, instalados de forma redundante dentro do veículo para entrar em ação em caso de falhas.

O sistema modular quer aproveitar essa redundância nos componentes, reutilizando antenas, receptores e processadores já existentes nos veículos blindados. Toda a atualização seria feita por meio de equipamentos do tipo “conectar e usar”, mais fáceis de configurar e que estariam prontos para serem utilizados minutos depois da instalação.

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Sistema modular reduz o tempo de manutenção e atualização dos tanques (Imagem: Reprodução/Envato)

“No passado, os sistemas eram integrados em forma de chaminé e como resultado você tinha muitos equipamentos desnecessários que acabavam ficando obsoletos e precisavam ser substituídos, o que na maioria das vezes ficava muito caro”, explica Dirner.

O objetivo com esse novo projeto é que os fornecedores militares adotem os padrões usados pelo exército para garantir que qualquer novo cartão se conecte ao chassi do tanque e seja operacional com as várias tecnologias já existentes na mesma plataforma.

Inspiração nos consoles

O sistema desenvolvido por gigantes como Atari, Sega e Nintendo revolucionou o mercado dos games nos anos 1990. Uma única plataforma fornecia a placa gráfica, o processador, a fonte de energia e os pontos de conexão como monitores de TV, e o usuário comprava apenas um console e podia se divertir com centenas de jogos desenvolvidos para aproveitar seus recursos da melhor forma possível.

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Atualizar um tanque de guerra seria tão fácil quanto trocar um cartucho de videogame (Imagem: Larry D. Moore/Wikimedia Commons)

É com essa mesma essência que os pesquisadores do exército norte-americano querem acabar com as trocas e substituições demoradas. Pequenos cartões, com conexões proprietárias, assumiriam a maior parte do trabalho, mantendo os tanques atualizados com tecnologias mais recentes e competitivas.

Os cartuchos contendo as atualizações necessárias poderiam ser trocados no campo de batalha, adaptando o tanque para um determinado tipo de combate ou terreno específico, sem a necessidade de substituição do veículo todo.

“Com os avanços e a velocidade da tecnologia, não é mais viável investir tempo e dinheiro em equipamentos que permanecerão incontestados por duas ou três décadas. Não podemos fechar os olhos para o que está por vir”, completa Jason Dirner.

Fonte: Canal Tech / C4ISRNET