Foto: Divulgação/UVision Air Ltd.

Em uma ação significativa para modernizar e fortalecer sua artilharia, o Exército Brasileiro (EB) lançou uma cotação internacional para compra de munições vagantes, mais conhecidas como “drones kamikazes”. A solicitação, publicada pela Comissão do EB em Washington na última segunda-feira, descreve os requisitos para a aquisição de um sistema de munições remotamente pilotadas.

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Essas aeronaves não tripuladas são autodestrutíveis e servem elas próprias como munição. No final de uma missão, o drone opera como um míssil, direcionando-se ao alvo. O EB planeja incorporar dois tipos de munição: uma de curto alcance (10 km) e outra de médio alcance (40 km).

Repercussão e Aplicação da Tecnologia

O uso desse tipo de tecnologia militar ganhou repercussão durante a guerra na Ucrânia, onde o armamento tem sido usado por ambos os lados do conflito. O EB pretende adquirir 14 drones kamikazes de curto alcance e seis de médio alcance. A cotação também inclui centrais de controle e lançamento, cargas de explosivo, um simulador de missão e treinamento para os militares que operarão os armamentos.

O treinamento será realizado no Brasil, permitindo aos militares locais desenvolverem competências importantes para a operação desses equipamentos sofisticados.

Processo de Aquisição e Estudo Técnico Preliminar

Após o recebimento das cotações, o Exército realizará um Estudo Técnico Preliminar (ETP). Este estudo determinará a viabilidade da aquisição e, caso seja viável, apontará como ocorrerá a efetivação da compra, em conformidade com a legislação vigente.

A cotação permite a participação de fornecedores de armamentos nacionais e internacionais, abrindo um leque de opções para o EB. O prazo para o envio das propostas é 26 de julho.

Renovação da Estrutura das Forças Armadas

Para Augusto Teixeira, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Estratégicos e Segurança Internacional (GEESI), o interesse do Exército na aquisição desses drones está inserido em um contexto de revitalização da artilharia brasileira.

Essa modernização inclui o desenvolvimento da plataforma lançadora de foguetes Astros e do míssil tático de cruzeiro AV-TM 300. Ambos são projetos em andamento nas Forças Armadas há anos.

Os drones kamikazes são atrativos para as forças militares globais devido à sua capacidade de cumprir funções semelhantes às dos mísseis e foguetes, mas com um custo significativamente menor. Eles também podem contribuir no processo de coleta de informações ao sobrevoarem território inimigo.

Essas aeronaves já mostraram seu valor em conflitos internacionais, como entre Armênia e Azerbaijão pela região de Nagorno-Karabakh, em 2020, e mais recentemente, na Guerra da Ucrânia. Com essa cotação, o Brasil se junta ao grupo de nações que reconhecem a importância dessas munições para a modernização e fortalecimento de suas forças armadas.

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).