Denis Riviello, especialista em cibersegurança e diretor da Compugraf, provedora de soluções de segurança da informação e privacidade de dados para diversas empresas brasileiras.

O início das atividades financeiras dentro do WhatsApp, como as transferências entre pessoas físicas autorizadas pelo Banco Central, vai aumentar o número de tentativas de golpes dentro da plataforma, avalia o especialista em cibersegurança Denis Riviello.

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Ele lidera a área na Compugraf, uma provedora de soluções de segurança da informação e privacidade de dados. Em entrevista, ele diz que é preciso que o usuário redobre sua atenção neste momento.

A possibilidade de fazer transferências dentro do WhatsApp pode aumentar o risco de a plataforma ser alvo de golpes de hackers?

Os golpes aumentarão. Os criminosos se aproveitam sempre de novidades e da falta de conhecimento e familiaridade dos usuários com os novos recursos lançados. A clonagem do WhatsApp já está ocorrendo e as tentativas de golpe vão aumentar ainda mais agora, seja com o envio de links contaminados dentro do aplicativo ou via mensagens de texto, além de simples telefonemas.

A tentativa é sempre conseguir os códigos de ativação do WhatsApp para abrir o aplicativo em outro celular. Por isso, o Facebook criou alguns bloqueios com limites diários de valores para transferências como forma de precaução. Eles já estão se prevenindo para minimizar possíveis estragos.

Quais os riscos se a pessoa já tiver feito transferências no WhatsApp e o aplicativo for clonado?

Mas as transferências no WhatsApp vão funcionar como no Pix. Cada transação será uma operação que vai necessitar de código de autenticação e confirmação. Mais ainda assim será necessário redobrar a atenção.

Nunca as informações estarão totalmente seguras. Pois o elo mais fraco continua sendo o usuário, que muitas vezes age de forma inocente desprotegendo suas informações e expondo seus dados.

Como o usuário pode se proteger?

O ideal é que o usuário habilite a verificação em duas etapas (na aba configurações do aplicativo). Isso vai ajudar o usuário em tentativas de golpe. Pensando na privacidade também é importante não compartilhar dados que possam ser usados para ajudar na identificação do usuário, como data de nascimento e endereço. E mude sempre todas as senhas de forma constante.

Mas, claro, isso não vai impedir de você cair num golpe, como fazer uma transferência de forma indevida, por exemplo. As pessoas precisam se certificar com quem estão falando antes de fazer qualquer tipo de transação. É importante bloquear o aparelho com senha em caso de roubo. Se o aparelho estiver sem nenhuma proteção, todos os dados e informações que constam nele ficam facilmente à disposição dos criminosos.

E se tiver perdas financeiras, o que o cliente deve fazer?

É procurar os meios legais como as delegacias especializadas em crimes digitais. Só assim as autoridades conseguem abrir investigações e descobrir as quadrilhas.

Além disso, tente bloquear o celular através do número de identificação (Imei) com a operadora. Anote o número do Imei. Aliás, os números do Imei em um mesmo aparelho, pois a maioria dos celulares vêm com a possibilidade de ter mais de um chip.

Fonte: O Globo

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).