Por que o Exército Brasileiro é referência em missões da ONU

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De Porto Príncipe a Kinshasa, a presença de soldados brasileiros se tornou sinônimo de respeito, neutralidade e competência. Com uma doutrina moldada na diversidade do Brasil, o Exército se consolidou como referência em missões de paz da ONU, sendo frequentemente requisitado para liderar tropas multinacionais em áreas de conflito e reconstrução.
Doutrina e preparo técnico do Exército Brasileiro em missões da ONU

O destaque internacional do Exército Brasileiro em operações de paz não é fruto do acaso, mas do investimento contínuo em formação, doutrina e adestramento. A experiência acumulada em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em ambientes urbanos e florestais, gerou uma capacidade tática valiosa para missões multinacionais. Nas academias militares como a AMAN e a ECEME, são ministrados conteúdos específicos sobre direito internacional humanitário, regras de engajamento e interoperabilidade com forças estrangeiras.
Além disso, o Brasil inovou ao desenvolver o conceito de “força robusta com sensibilidade”, equilibrando poder militar com sensibilidade cultural e social. Durante a MINUSTAH, militares brasileiros treinaram forças locais, articularam patrulhas com as comunidades e realizaram ações cívico-sociais, combinando operações militares com construção de confiança. Esse modelo é hoje estudado por países como Índia, França e Canadá.
Impacto social da atuação brasileira nas comunidades locais

O diferencial do Brasil nas missões de paz é sua capacidade de agir além da dimensão militar. No Haiti, por exemplo, o Exército não apenas garantiu a segurança, mas atuou em obras de infraestrutura, recuperação de escolas, distribuição de alimentos e campanhas de vacinação. Essa presença humanitária consolidou uma imagem de força amiga, próxima da população, o que reduziu tensões e facilitou o cumprimento dos objetivos da ONU.
A atuação brasileira foi marcada por uma abordagem de proximidade cultural. Por falar português e possuir raízes africanas e latinas, os militares brasileiros desenvolveram empatia com populações vulneráveis, o que foi decisivo em missões como no Congo e no Líbano. O reconhecimento veio da própria ONU, que elogiou a atuação dos brasileiros por sua capacidade de equilibrar firmeza e diálogo em áreas de conflito sensível.
Reconhecimento internacional e influência geopolítica do Brasil
O protagonismo do Brasil nas missões da ONU fortaleceu sua imagem como potência regional com capacidade de projeção global. O comando da MINUSTAH por mais de 13 anos foi uma demonstração clara da confiança da comunidade internacional nas Forças Armadas brasileiras. Esse histórico ampliou a voz do país nas discussões sobre reforma do Conselho de Segurança da ONU e participação em novas operações de paz.
Além disso, a experiência operacional fortaleceu o complexo industrial de defesa brasileiro, com exportações de veículos blindados, sistemas de comunicação e tecnologia de comando e controle. A diplomacia da Defesa ganhou fôlego, permitindo acordos bilaterais de cooperação militar com países africanos, asiáticos e latino-americanos. Assim, o Exército tornou-se não apenas um instrumento de defesa, mas também uma poderosa ferramenta de soft power brasileiro.
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