Marinha participa de debate no Senado sobre futuro de Angra 3

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Em um momento decisivo para a matriz energética brasileira, a Marinha do Brasil marcou presença em uma audiência pública no Senado Federal, realizada no dia 27 de maio, para discutir a retomada da construção da usina nuclear Angra 3. Representada pelo Vice-Almirante Celso Mizutani Koga, Diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, a Força reforçou o valor estratégico do projeto para o país, tanto no campo da Defesa Nacional quanto no desenvolvimento tecnológico e energético.
Relevância técnica e energética da Usina Angra 3
Com 67% da obra concluída, a Usina Nuclear Angra 3 foi projetada para operar com 1,4 gigawatts de potência, o dobro da capacidade de Angra 1. Suas instalações estão integradas à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada no litoral do Rio de Janeiro, que já abriga as usinas Angra 1 e 2. Iniciada na década de 1980, sua construção sofreu interrupções sucessivas por falta de recursos.
A entrada em operação de Angra 3 contribuirá diretamente para o aumento da oferta de energia elétrica limpa e contínua, sendo uma fonte essencial para a segurança energética do Brasil. O projeto integra o plano de longo prazo do setor energético nacional e pode reforçar a confiabilidade do sistema interligado, especialmente em tempos de estiagem prolongada, como já vivenciado no país.
Papel estratégico da Marinha no Programa Nuclear Brasileiro
Durante a audiência, o Vice-Almirante Koga enfatizou que a tecnologia nuclear é um ativo de soberania nacional. A Marinha, por meio do Programa Nuclear da Marinha (PNM), conduz pesquisas avançadas em propulsão nuclear para submarinos e contribui com a formação de engenheiros nucleares. A continuidade de Angra 3 fortalece esse ecossistema de inovação, beneficiando tanto o setor militar quanto o civil.
O Almirante ressaltou que os investimentos em tecnologia nuclear geram benefícios multiplicadores: estimulam a indústria nacional, geram empregos qualificados e proporcionam independência tecnológica. A sinergia entre Defesa e infraestrutura energética posiciona o Brasil de forma estratégica no cenário internacional.
Impacto político e econômico da decisão
A audiência, requerida pelo Deputado Federal Júlio Lopes, reuniu autoridades civis e militares para debater os caminhos possíveis para a conclusão da obra. Os impasses em torno do financiamento e da governança do projeto foram destacados, mas também foi ressaltada a importância da decisão política para destravar o potencial da energia nuclear no país.
A conclusão de Angra 3 terá repercussões no Programa Nuclear Brasileiro, na matriz energética e na estratégia de transição para fontes menos poluentes. A presença da Marinha no debate evidencia que a questão transcende o setor elétrico: trata-se de um projeto de Estado, com implicações para a segurança nacional, a economia e o desenvolvimento sustentável.
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