Marinha do Brasil inicia construção da terceira fragata nacional

Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias. |
A Marinha do Brasil, em parceria com a EMGEPRON e a Sociedade de Propósito Específico Águas Azuis, realizou o batimento de quilha da Fragata Cunha Moreira (F202), a terceira embarcação do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT). A cerimônia foi realizada nesta quinta-feira (5), no Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC), consolidando a continuidade do maior projeto naval da atualidade no Brasil. A fragata homenageia Luís da Cunha Moreira, o Visconde de Cabo Frio, militar histórico e primeiro brasileiro nato a comandar o Ministério da Marinha. Este marco representa um avanço tecnológico e simbólico na consolidação da soberania marítima nacional.
Tecnologia embarcada: o futuro digital da defesa naval brasileira
A Fragata Cunha Moreira está sendo construída com a plataforma MEKO, da TKMS, usada por mais de 80 navios em 16 países. Seu diferencial está na incorporação de sistemas de ponta como o Sistema de Gerenciamento de Combate (CMS), desenvolvido em conjunto pela brasileira Atech e a alemã Atlas Elektronik, e o Sistema Integrado de Gestão da Plataforma (IPMS), que oferece controle remoto e manutenção preditiva da embarcação.
O estaleiro utiliza um processo totalmente digital: gêmeos digitais, realidade aumentada para validação remota, rastreabilidade em tempo real e montagem paperless tornam a unidade o primeiro estaleiro digital da América do Sul. Essa infraestrutura reduz erros de construção, acelera os ciclos produtivos e minimiza impactos ambientais. Tudo é monitorado por sensores, totens e tablets, promovendo a integração inteligente de dados desde a concepção até a entrega da embarcação.
Indústria de defesa como motor de emprego e inovação nacional
O Programa Fragatas Classe Tamandaré é também um motor econômico. Segundo a SPE Águas Azuis, estão sendo gerados 23 mil empregos diretos, indiretos e induzidos, com participação de mais de mil fornecedores em todo o país. A iniciativa beneficia micro, pequenas e médias empresas de diversos setores — da eletrônica à metalurgia, passando por tecnologia da informação e logística naval.
Além disso, o projeto tem como base a transferência de tecnologia, garantindo que o conhecimento estratégico permaneça no Brasil e contribua para a formação de mão de obra especializada. Com isso, o país amplia sua Base Industrial de Defesa (BID), estimulando inovação tecnológica contínua e criando um ambiente propício à expansão da economia de defesa.
Soberania, Amazônia Azul e projeção internacional
Com mais de 5,7 milhões de km² de território marítimo, o Brasil encontra nas novas fragatas uma ferramenta fundamental para a preservação da Amazônia Azul. As embarcações servirão à proteção de ilhas oceânicas, infraestruturas críticas, linhas de comunicação marítimas e à atuação em operações internacionais, fortalecendo a diplomacia naval brasileira.
As fragatas permitirão maior projeção do poder naval brasileiro em ações de patrulhamento, controle de área marítima e cooperação internacional, consolidando o país como protagonista regional em segurança marítima. A entrega da primeira embarcação (F200) está prevista para 2025, com as demais sendo lançadas até 2029, sob o guarda-chuva do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Participe no dia a dia do Defesa em Foco
Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395