Centro de Defesa Cibernética defende união nacional contra ataques digitais

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O avanço da inteligência artificial e o crescimento das ameaças cibernéticas exigem respostas rápidas e coordenadas. Durante o V Encontro da Rede Nordeste de Estudos Estratégicos, o General de Brigada Luís Carlos Soares de Souza, chefe do Centro de Defesa Cibernética, reforçou que a união entre Forças Armadas, setor público, academia e empresas privadas é essencial para proteger o Brasil. “Nossa capacidade não fica atrás de nenhuma nação”, afirmou.
Tecnologia e Capacidade Operacional do Centro de Defesa Cibernética
À frente do CDCiber, o General Luís Carlos detalhou o papel estratégico do centro na defesa do Brasil contra ataques digitais, ressaltando sua estrutura conjunta composta por integrantes da Marinha, Exército e Força Aérea. Um dos pilares dessa atuação é o exercício Guardião Cibernético, que simula ataques reais a setores críticos — como energia, telecomunicações, transportes e finanças — e reúne centenas de instituições em uma rede nacional de proteção.
Um dos marcos mais recentes desse esforço é a inauguração do novo data center do Exército em São Paulo, que servirá de base para a criação de um modelo próprio de IA militar, capaz de operar com segurança e autonomia. A estrutura contará com GPUs de alta performance e atuará como um núcleo seguro para processamento de dados sensíveis, garantindo soberania digital em ambientes de alto risco tecnológico.
Parcerias institucionais e a construção da resiliência nacional
Durante sua fala, o general foi enfático: não há soberania digital sem cooperação interinstitucional. A defesa cibernética brasileira já conta com colaborações avançadas entre o CDCiber, universidades, ministérios, empresas de tecnologia e órgãos internacionais. Exemplos notáveis incluem o PEBIA — uma plataforma estratégica do governo brasileiro — e a participação em fóruns cibernéticos ibero-americanos e operações conjuntas com Chile, Estados Unidos, França e Portugal.
Essa atuação colaborativa visa construir resiliência digital em todos os níveis, capacitando técnicos e gestores a responder a incidentes cibernéticos com agilidade e inteligência. “Estamos fortalecendo a nossa constituência nacional”, disse Luís Carlos, referindo-se à rede de especialistas e instituições que compõem o escudo digital do país.
Cenário internacional e os riscos da dependência digital
O general também trouxe um exemplo direto da guerra na Ucrânia, onde, segundo ele, a dependência de soluções estrangeiras foi inicialmente útil, mas logo revelou um alto custo: “Foram 150 milhões de euros por mês à Starlink e 200 milhões à Amazon para manter a operação em nuvem”. Para ele, a lição é clara: o Brasil precisa de autonomia tecnológica para evitar vulnerabilidades estratégicas.
Ao citar o conceito de soberania digital, ele alertou: “Quem domina os dados e os algoritmos, domina o futuro — e o presente”. Por isso, enfatizou a importância de o país investir em infraestruturas próprias, formação de especialistas e tecnologias nacionais, como a criação de um LLM (modelo de linguagem) militar brasileiro. “A IA está batendo à nossa porta. Precisamos estar preparados para liderar, não apenas seguir”, concluiu.
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