Aeronaves e satélites da FAB detectam ação do crime na Marajó

Helicóptero e barco em imagens aéreas de floresta tropical.
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A selva amazônica, com seus rios sinuosos e vegetação densa, servia de escudo perfeito para uma embarcação semissubmersível que pretendia cruzar o Atlântico com cocaína. Mas o que os criminosos não previam era a vigilância silenciosa dos céus. Com auxílio de satélites de alta resolução e aeronaves R-99 equipadas com sensores inteligentes, a Força Aérea Brasileira (FAB) identificou movimentações suspeitas na Ilha de Marajó (PA), acionando a Polícia Federal e a Marinha para uma operação que desmantelou uma das mais sofisticadas tentativas de tráfico internacional já vistas no país.

Vigilância tecnológica: como satélites e R-99 decifram o crime no mapa

Avião executivo voando sobre paisagem natural.

A operação foi possível graças a um conjunto de tecnologias que transforma o espaço aéreo e orbital em uma verdadeira plataforma de defesa. As aeronaves R-99, vetores de vigilância aérea da FAB, utilizam sensores SAR (Radar de Abertura Sintética), sistemas eletro-ópticos e infravermelhos capazes de detectar estruturas camufladas e atividades logísticas fora do padrão. Essas plataformas, ao cruzarem dados com imagens de satélites de alta resolução, identificaram movimentações incomuns de embarcações e padrões logísticos suspeitos na bacia amazônica.

A embarcação semissubmersível detectada estava oculta entre galpões ribeirinhos, com características típicas de construções utilizadas por organizações criminosas para envio de drogas ao exterior. O uso de inteligência artificial embarcada nos sistemas da FAB foi decisivo para correlacionar imagens captadas em diferentes horários, dias e espectros de luz, refinando a detecção e minimizando a margem de erro. A precisão da tecnologia permitiu antecipar o movimento antes mesmo da ativação do plano de evasão da quadrilha.

Cooperação interagências: o papel da FAB, PF e Marinha na ação conjunta

Barco no rio rodeado por mata verde.

O sucesso da operação deve-se também à integração entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança pública. A FAB compartilhou os dados obtidos com a Polícia Federal, que rapidamente coordenou a mobilização de suas equipes, contando com o apoio tático da Marinha do Brasil para interdição fluvial. A sincronia entre os comandos foi essencial para evitar a fuga da embarcação e capturar provas materiais.

Esse modelo de atuação integrada, amparado pela Lei Complementar nº 136/2010, permite que as Forças Armadas atuem em missões de repressão a crimes transfronteiriços e ambientais em áreas críticas, como a Amazônia Legal. A cooperação entre os órgãos também fortalece a troca de conhecimento técnico e a padronização de procedimentos, promovendo respostas mais rápidas e eficientes frente a ameaças complexas e em constante evolução.

O novo tabuleiro do crime transnacional: Amazônia, tecnologia e soberania

Vista aérea de rio na floresta amazônica.

A apreensão da embarcação semissubmersível na Ilha de Marajó mostra que o tráfico internacional de drogas se adapta com velocidade e criatividade. O uso de embarcações artesanais com capacidade de navegação submersa representa um avanço na tentativa de driblar a fiscalização convencional. Por outro lado, a resposta brasileira com inteligência aeroespacial e operações interagências reforça a capacidade do Estado de proteger sua soberania em regiões isoladas e vulneráveis.

Desde o episódio de março de 2025, quando uma embarcação semelhante foi interceptada em Portugal, a FAB e a PF passaram a intensificar o cruzamento de dados orbitais, sinais eletrônicos e padrões logísticos detectados em território nacional. O caso de Marajó é reflexo direto dessa nova abordagem, em que tecnologia de ponta, coordenação institucional e estratégia nacional se combinam para enfrentar ameaças invisíveis que desafiam fronteiras e governos.

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