“A Economia Azul é nossa oportunidade de ouro”, afirma ONU em conferência no Golfo da Guiné

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Em um momento decisivo para o futuro dos oceanos e da sustentabilidade global, a vice-secretária-geral da ONU, Amina J. Mohammed, declarou que a Economia Azul representa a “oportunidade de ouro” para países do Golfo da Guiné e para o mundo. O discurso foi proferido na abertura da Conferência Internacional sobre Economia Azul, realizada em Yaoundé, Camarões, onde líderes regionais e internacionais se reuniram para discutir soluções para proteger os mares e promover o desenvolvimento sustentável.
Aspecto técnico-operacional da Economia Azul no Golfo da Guiné

Durante a conferência, a ONU apresentou um conjunto de propostas para fortalecer a Economia Azul como estratégia integrada nas políticas nacionais dos países do Golfo da Guiné. A vice-secretária-geral Amina Mohammed destacou três áreas prioritárias: proteção dos ecossistemas marinhos, destravamento do potencial econômico do oceano e garantia da segurança marítima regional.
A proposta inclui a integração de ações baseadas no oceano nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países rumo à COP30, além da implementação do Tratado do Alto Mar e a aceleração de um tratado global contra a poluição por plásticos. A ONU também recomenda a aplicação do princípio do “poluidor pagador” para combater resíduos tóxicos e microplásticos.
Do ponto de vista econômico, foi ressaltada a importância de fomentar aquicultura sustentável, energia offshore, biotecnologia marinha e ecoturismo, além de promover a pesquisa científica para descobrir espécies ainda desconhecidas, com potencial para revolucionar setores como farmacêutico e alimentício. A expectativa é movimentar um mercado global de quase US$ 11 bilhões, beneficiando diretamente jovens e mulheres africanas.
Em termos de segurança, a conferência reforçou a necessidade de consolidar os avanços em segurança marítima, com foco no combate à pirataria, tráfico e crime transnacional. A cooperação entre organismos regionais como a ECOWAS, ECCAS e a Comissão do Golfo da Guiné foi destacada como essencial.
Importância estratégica da Economia Azul para o desenvolvimento sustentável da África
A Economia Azul é vista como pilar central para o desenvolvimento sustentável na África, especialmente para os mais de 100 milhões de pessoas que vivem em zonas costeiras no Golfo da Guiné. Integrando crescimento econômico, preservação ambiental e inclusão social, o conceito contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU e da Agenda 2063 da União Africana.
Além de combater a pobreza e garantir segurança alimentar, a Economia Azul impulsiona a inovação tecnológica e a geração de empregos de qualidade. A vice-secretária-geral enfatizou que, apesar dos desafios climáticos e de segurança, o oceano permanece como um dos maiores ativos naturais da África, capaz de sustentar todas as dimensões do desenvolvimento sustentável.
Histórico e evolução da agenda da ONU sobre Economia Azul no cenário internacional
A agenda da Economia Azul consolidou-se como prioridade global a partir de debates iniciados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012. Desde então, a ONU tem promovido conferências regionais e globais, estabelecendo marcos importantes como o Tratado do Alto Mar, assinado em 2023.
A Agenda 2030 inclui especificamente o ODS 14 – Vida na Água, enquanto a Agenda 2063 da União Africana reforça a valorização dos oceanos como patrimônio do continente. Conferências recentes, como a de Sevilha sobre Financiamento para o Desenvolvimento e a mobilização global liderada pelo secretário-geral da ONU, ampliaram o foco sobre o tema, alinhando investimentos internacionais à proteção e exploração sustentável do oceano.
Com informações da ONU News.
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