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O som do disparo de uma peça de Artilharia ecoou em Curitiba, rememorando o primeiro tiro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, há 80 anos. No XXXIV Encontro Nacional dos Veteranos da FEB, familiares e veteranos se reuniram para honrar o legado dos pracinhas que lutaram bravamente na Segunda Guerra Mundial, em uma celebração carregada de história e emoção.
O Significado Histórico do Batismo de Fogo da FEB

O primeiro tiro disparado pela FEB em 16 de setembro de 1944, durante a Campanha da Itália, marcou o batismo de fogo das tropas brasileiras na Segunda Guerra Mundial. Naquele momento, o Brasil consolidava sua participação efetiva no conflito ao lado dos Aliados, em uma missão que levaria os pracinhas a lutar em batalhas decisivas pela libertação da Europa do domínio nazifascista.
A Campanha da Itália, onde a FEB atuou, foi uma das frentes mais desafiadoras do conflito, e o primeiro tiro da Artilharia brasileira teve um significado simbólico importante. O evento realizado em Curitiba, que repetiu o disparo em homenagem aos 80 anos desse marco, contou com a participação de Marcus Pontarolli, filho do combatente Reynaldo Pontarolli, que acionou o obuseiro representando todos os heróis da FEB. Esse gesto simbólico reforça a importância de relembrar a coragem e o sacrifício dos pracinhas em um momento crucial da história mundial.
Manter viva a memória desse capítulo histórico é essencial para garantir que as novas gerações compreendam o valor da participação brasileira na Segunda Guerra. Eventos como o Encontro Nacional da FEB reforçam a relevância dessa história para a construção da identidade nacional e para o reconhecimento dos esforços de todos aqueles que lutaram pela liberdade.
Veteranos e Famílias: Guardiões de Uma Memória Heroica

O encontro foi marcado por emocionantes relatos de veteranos e familiares que mantêm viva a memória dos combatentes da FEB. Entre os presentes estavam os senhores Antônio Ribeiro da Silva, João Trela e Oudinot Willadino, veteranos da FEB que compartilharam histórias de suas experiências no campo de batalha. Um dos momentos mais marcantes foi o relato de Antônio Ribeiro, que lembrou o papel de liderança de seu Comandante de Pelotão, o Aspirante Mega. “Ele nos influenciou bastante porque sempre mostrava coragem e liderança. Assim, todos os companheiros cumpriam as ordens, mesmo com o risco da própria vida”, recordou Ribeiro, destacando a importância da união e da coragem no front.
A homenagem aos veteranos é também um tributo às famílias, que carregam o legado daqueles que serviram na guerra. A presença de Hilda Della Nina, filha do Sargento Max Wolf Filho, patrono do 20º Batalhão de Infantaria Blindado, foi um dos pontos altos do evento. Ao visitar a unidade militar que leva o nome de seu pai, Hilda emocionou-se ao relembrar a trajetória de seu heróico pai, expressando que se sentia “em casa” ao percorrer as instalações do batalhão.
O papel das famílias na preservação da memória da FEB é vital, e o encontro de Curitiba reforçou essa relação, promovendo atividades que integram não apenas os veteranos, mas também seus descendentes e pesquisadores dedicados a manter viva a história dos ex-combatentes brasileiros.
Eventos e Atividades do XXXIV Encontro Nacional da FEB
O XXXIV Encontro Nacional da FEB, organizado pela 5ª Região Militar e pela Legião Paranaense do Expedicionário, foi marcado por uma série de eventos que exaltaram a trajetória dos pracinhas. A cerimônia militar no 20º Batalhão de Infantaria Blindado, “Batalhão Sargento Max Wolf Filho”, foi uma das principais atividades, prestando homenagem ao batismo de fogo da FEB com uma formatura solene. Além disso, os convidados puderam visitar o museu do batalhão, que presta tributo à vida e ao legado do sargento, reconhecido por sua bravura durante a guerra.
A programação incluiu ainda exposições de viaturas militares antigas, que permitiram aos participantes reviver um pouco do ambiente e dos equipamentos utilizados na época do conflito. Também houve apresentações da Banda de Música da 5ª Divisão de Exército e uma visita guiada ao Museu do Holocausto de Curitiba, promovendo uma reflexão sobre os horrores da guerra e a importância de recordar o passado para evitar que ele se repita.
Palestras e homenagens completaram a agenda, com destaque para as contribuições de pesquisadores e integrantes de associações nacionais que têm se dedicado ao estudo da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial. Essas associações, junto com os familiares e veteranos, têm o papel essencial de garantir que o sacrifício e a coragem dos pracinhas não sejam esquecidos, transmitindo suas histórias e lições para as futuras gerações.
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