Parceria entre Marinha e Bioparque Pantanal fortalece mentalidade marítima e fluvial

A Marinha do Brasil, em parceria com o Bioparque Pantanal, tem contribuído para a formação da mentalidade marítima e fluvial ao expor itens históricos e educativos no maior aquário de água doce do mundo. Diariamente, cerca de 1.600 visitantes têm a oportunidade de conhecer de perto a história e as ações da Marinha, que atua na preservação das águas interiores e no desenvolvimento de pesquisas técnico-científicas em colaboração com instituições locais.

A exposição da Marinha no Bioparque Pantanal

A exposição da Marinha no Bioparque Pantanal, inaugurada em julho de 2023, apresenta uma vasta coleção de peças históricas e itens interativos, que ilustram o legado da Marinha do Brasil em suas operações ao longo dos rios e mares do país. Entre os destaques estão uniformes, equipamentos de navegação, maquetes de embarcações e uma variedade de objetos usados nas atividades cotidianas da força naval. O espaço permite que os visitantes tenham uma conexão direta com a cultura naval brasileira, aprendendo mais sobre as conquistas, desafios e a relevância da Marinha na defesa e preservação das águas territoriais.

Uma característica marcante da exposição é sua interatividade e inclusão. Visitantes de todas as idades podem tocar nas peças, experimentar acessórios como chapéus e uniformes, além de tirar fotos e sentir-se como verdadeiros marinheiros. Isso é especialmente importante no contexto do programa “Bioparque para Todos – Iguais na Diferença”, que oferece um atendimento humanizado e acessível. Pessoas com deficiência, incluindo autistas, se beneficiam da experiência tátil proporcionada pelo contato com o material naval, ajudando na regulação sensorial e criando uma experiência memorável. Segundo Beatriz Marques Lunardi, coordenadora de acessibilidade do Bioparque, “o contato físico com o material bélico e os uniformes chama a atenção e proporciona uma experiência única, principalmente para aqueles que possuem necessidades sensoriais específicas.”

Além disso, a exposição contribui para a popularização da ciência e da tecnologia naval, aproximando o público do cotidiano das operações navais e do importante papel que a Marinha desempenha na defesa e na segurança do Brasil. A oportunidade de interagir diretamente com os itens exibidos torna o aprendizado mais acessível e atrativo para os visitantes, sejam eles brasileiros ou turistas internacionais.

Mentalidade marítima e fluvial: educação e preservação ambiental

A parceria entre a Marinha e o Bioparque Pantanal também reforça a educação ambiental e a importância das águas interiores, como os rios do Pantanal e a Amazônia Azul, zona econômica exclusiva do Brasil no Atlântico. O objetivo da exposição é sensibilizar o público sobre a preservação dos recursos hídricos e a importância de uma mentalidade voltada para a valorização e proteção das águas brasileiras.

O Bioparque, com seu foco em preservação ambiental e biodiversidade, complementa a missão da Marinha de promover a conscientização sobre a importância estratégica e econômica dos ecossistemas aquáticos. O Comandante do 6º Distrito Naval, Contra-Almirante Alexandre Amendoeira Nunes, ressaltou que as responsabilidades da Marinha vão muito além da proteção das águas territoriais, estendendo-se à promoção de um futuro sustentável para o país. Nesse contexto, a Marinha não apenas garante a segurança dos mares e rios, mas também desempenha um papel ativo na preservação ambiental, monitorando áreas sensíveis e garantindo que as atividades econômicas, como a pesca e a exploração de recursos, sejam conduzidas de maneira sustentável.

As iniciativas educacionais da exposição têm impactado positivamente diversos públicos, especialmente jovens e estudantes, que ao visitar o Bioparque Pantanal têm a oportunidade de aprender mais sobre a importância da água e o papel da Marinha na proteção desse recurso vital. Para muitas crianças, esse contato inicial com a Marinha pode ser um ponto de partida para uma conscientização ambiental mais ampla e, quem sabe, uma futura carreira militar.

Cooperação técnico-científica entre Marinha e Bioparque Pantanal

Outro importante aspecto da parceria entre a Marinha e o Bioparque Pantanal é o Acordo de Cooperação Técnico-Científica firmado entre o Comando do 6º Distrito Naval e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Este acordo possibilita a realização de expedições científicas, em que os meios navais da Marinha são utilizados para apoiar pesquisadores na coleta de dados sobre a biodiversidade aquática e o ecossistema do Pantanal.

A primeira dessas expedições de pesquisa ocorreu em dezembro de 2023, quando cientistas de diversas universidades, como a Universidade Federal da Grande Dourados e a Universidade de Brasília, embarcaram na Agência Escola Flutuante “Esperança do Pantanal”, um meio subordinado à Capitania Fluvial do Pantanal. Durante cinco dias, a equipe realizou a coleta de peixes e plantas para estudo e posterior povoamento dos aquários do Bioparque. Essas expedições são cruciais para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade da região e para desenvolver projetos de conservação que preservem o equilíbrio do ecossistema pantaneiro.

Em junho de 2024, outra expedição foi realizada com o apoio do Navio-Transporte Fluvial “Almirante Leverger”, da Flotilha de Mato Grosso, que navegou até as regiões do Paraguai-Mirim e da Serra do Amolar. Pesquisadores de instituições brasileiras e internacionais, como a Universidade Federal do Pará e a Universidade McGill (Canadá), exploraram a riqueza da biodiversidade local, contribuindo para o avanço da ciência ambiental e para a promoção de ações sustentáveis.

Essas colaborações são um exemplo de como a cooperação técnico-científica entre a Marinha e o Bioparque Pantanal tem produzido benefícios concretos tanto para a ciência quanto para a preservação dos recursos naturais. O conhecimento gerado por essas expedições tem servido de base para programas de conservação, além de fomentar novas parcerias entre o Brasil e outros países interessados na preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade do Pantanal.