Marinheira Anna Carla faz história como 1ª mulher praça na tripulação do navio Cisne Branco

Marinheira de guarda no navio da Marinha brasileira.
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Com apenas 20 anos, a jovem Anna Carla Azevedo Moraes Pires acaba de fazer história na Marinha do Brasil ao se tornar a primeira mulher praça a integrar a tripulação do emblemático Navio-Veleiro Cisne Branco. Natural de Nova Iguaçu (RJ), ela atua desde abril como braço direito do contramestre da embarcação, cargo que exige habilidade técnica e coragem — especialmente ao subir mastros de até 46 metros. Um marco na presença feminina nas Forças Armadas.

Desafios técnicos da função e rotina a bordo do Cisne Branco

Marinheiro subindo mastros de navio.

A rotina da praça Anna Carla exige preparo físico, atenção aos detalhes e domínio das operações de convés. Sua função como auxiliar direta do contramestre a coloca na linha de frente da manutenção e manobra das 25 velas do navio, além do controle dos aparelhos náuticos de bordo. Ela é responsável por inspecionar, dobrar e manobrar velas em mastros que chegam a 46 metros de altura — o equivalente a um prédio de 15 andares.

Além das manobras, a marinheira participa das travessias e representa o Brasil em eventos navais e cerimoniais ao redor do mundo. O Cisne Branco, conhecido como a embaixada flutuante da Marinha do Brasil, exige de seus tripulantes alto nível de disciplina, técnica e coordenação, reforçando a complexidade e o prestígio do posto que Anna Carla ocupa.

Quebra de paradigmas e representatividade feminina nas Forças Armadas

O ingresso de Anna Carla como a primeira mulher praça no Cisne Branco representa mais do que uma conquista individual — é um marco para a inclusão de mulheres nas estruturas tradicionais da Marinha. Em um ambiente historicamente masculino, sua presença inspira novas gerações de jovens a acreditarem que também podem construir carreira militar em alto-mar.

Segundo a própria Anna, ela sente orgulho não apenas pela função que exerce, mas por servir de referência para outras mulheres que sonham com a vida militar. A bordo do Cisne Branco, além dela, outras três mulheres compõem a tripulação: duas oficiais e uma praça. O avanço, ainda que gradual, reflete os esforços da Marinha do Brasil em promover a equidade de gênero em suas fileiras, com impacto direto na cultura organizacional das Forças Armadas.

A trajetória pessoal e a superação de Anna Carla até a Marinha

Anna Carla carrega consigo não apenas o sonho de navegar, mas uma trajetória marcada por superação, dedicação e inspiração familiar. Criada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ela cresceu em um ambiente onde o serviço militar fazia parte do cotidiano — dois de seus irmãos também serviram nas Forças Armadas, um no Corpo de Fuzileiros Navais e outro no Exército.

Marinheira sorrindo no convés do navio Defensora.

Durante a pandemia, a jovem enfrentou dificuldades financeiras e teve os estudos interrompidos. Ainda assim, manteve o foco nos concursos da Marinha e alcançou a aprovação. Sua primeira missão foi a bordo da Fragata “Defensora” (F41), onde deu os primeiros passos como militar. Ao conhecer o Cisne Branco durante sua formação em Itajaí (SC), prometeu que um dia voltaria como tripulante — e assim fez.

Hoje, com um olhar voltado para o futuro, ela deseja formar uma família, consolidar sua carreira e continuar abrindo caminhos para outras mulheres. Em suas palavras: “Estudem com dedicação. A vida a bordo impõe desafios, mas também oferece grandes recompensas.”

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