Fuzileiros Navais desembarcam na França em exercício com países da OTAN

Em uma demonstração de capacidade expedicionária e interoperabilidade internacional, os Fuzileiros Navais do Brasil desembarcaram, no último dia 12 de junho, na cidade de Lorient, na costa oeste da França, para iniciar a fase terrestre da Operação Catamaran. Integrando uma Força-Tarefa Anfíbia multinacional com oito países da OTAN, os militares brasileiros dão continuidade aos exercícios combinados, reforçando o papel estratégico do Corpo de Fuzileiros Navais no cenário atlântico.

A Operação Catamaran e a Participação do Brasil em Cenários de Interoperabilidade com a OTAN

A Operação Catamaran é um dos mais importantes exercícios anfíbios multinacionais do calendário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Com a participação de oito nações aliadas, além do Brasil, a operação envolve um contingente de 12 navios de guerra, incluindo cinco navios anfíbios, além de meios terrestres e aéreos.

Os Fuzileiros Navais brasileiros, pertencentes ao 2º Regimento da 9ª Brigada de Infantaria de Marinha, participaram de fases críticas como o assalto anfíbio, realizado a partir do Porta-Helicópteros Anfíbio (PHA) Tonnerre, da Marinha Francesa. Em solo europeu, as atividades incluem patrulhamento, posicionamento de defesas terrestres e integração com os demais elementos da coalizão multinacional.

Outro destaque técnico foi a aplicação, por instrutores brasileiros, do módulo básico do Programa de Artes Marciais Militares (PAMM) a militares franceses. Ao todo, 12 militares da França foram qualificados com o “cinto bege”, representando o primeiro nível de treinamento no PAMM, reforçando a troca de conhecimentos entre as tropas.

O Significado Histórico e Simbólico da Presença Brasileira em Território Europeu no Aniversário do Dia D

A participação brasileira na Operação Catamaran ganhou ainda mais significado ao coincidir com as comemorações do aniversário do Dia D, o desembarque aliado na Normandia, ocorrido em 6 de junho de 1944. Os exercícios de operação anfíbia, realizados na Braunton Burrows Training Area, no Reino Unido, ocorreram exatamente nesta data simbólica.

Essa coincidência histórica serviu como momento de reflexão e homenagem, ligando o passado e o presente das operações anfíbias. O Brasil, que já teve participação direta na Segunda Guerra Mundial com a Força Expedicionária Brasileira (FEB), agora reafirma seu compromisso com a paz, a segurança internacional e a cooperação militar global, através do Corpo de Fuzileiros Navais.

O simbolismo de operar em locais históricos, ao lado de nações que participaram diretamente dos combates da Segunda Guerra, reforça os laços de amizade e respeito mútuo entre os países participantes da operação.

Projeção de Poder e o Papel dos Fuzileiros Navais Brasileiros na Segurança Atlântica

A presença do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) na Operação Catamaran representa um passo estratégico na projeção de poder do Brasil e na sua integração com coalizões internacionais de Defesa. A atuação em conjunto com nações da OTAN, como Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Espanha, Holanda, Grécia e Austrália, demonstra a capacidade operativa, logística e de prontidão das tropas brasileiras.

Além disso, a participação ativa em exercícios de grande escala no exterior amplia o reconhecimento internacional do Brasil como um ator relevante na segurança do Atlântico Sul e nas ações de resposta rápida a crises globais.

O desempenho brasileiro na Operação Catamaran também reforça a importância de investimentos continuados na doutrina anfíbia, no treinamento multinacional e na modernização dos meios de projeção de forças, elementos que garantem ao Corpo de Fuzileiros Navais a capacidade de atuar com eficácia em qualquer teatro de operações.