Escolas cívico-militares apresentam ganhos em notas e segurança, diz estudo internacional

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Em meio a críticas e controvérsias ideológicas, os colégios cívico-militares ganham destaque internacional. Segundo pesquisa publicada na International Journal of Educational Development, o modelo implantado nas escolas estaduais promoveu melhora significativa nas notas de português e matemática, reduziu reprovações e aumentou a segurança, consolidando-se como exemplo no cenário educacional.
Impacto técnico do modelo cívico-militar no desempenho escolar
A pesquisa liderada pelo pós-doutor Jevuks Matheus de Araujo, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), analisou dados de cerca de 66 mil alunos em 60 escolas cívico-militares de Goiás. As informações foram extraídas do Ideb, Censo Escolar e Prova Brasil, abrangendo o período de 2007 a 2020. Os resultados mostram que, após a implementação do modelo, houve uma redução de 10% nas taxas de reprovação, um aumento de 15,25 pontos no desempenho em matemática e 11,61 em português, além de um acréscimo de 0,6 ponto no Ideb.
Estes avanços técnicos são reflexo direto da disciplina, da presença da autoridade militar na gestão cotidiana e da parceria com a Secretaria de Educação. O modelo promoveu metas pedagógicas claras, com acompanhamento sistemático do rendimento dos alunos, e investiu na formação continuada de professores, reforçando uma cultura de resultados mensuráveis.
Percepção social e segurança nas escolas cívico-militares
Outro destaque do estudo foi a redução expressiva da violência nas escolas, envolvendo fatores como ameaças a professores, roubos, consumo de drogas e porte de armas. Segundo o capitão Rogério Santos Silva, coordenador da Divisão de Acompanhamento Pedagógico do Comando de Ensino de Goiás, há um impacto direto sobre o entorno das escolas: “A mancha criminal nas regiões onde são instaladas unidades de CEPMGs diminui drasticamente, inclusive com o tráfico de drogas zerando dentro do quadrante escolar”.
Além da segurança física, houve também mudanças comportamentais positivas entre os estudantes, com melhorias no respeito à autoridade, na organização e na convivência em grupo. Famílias passaram a disputar vagas por sorteio, e os próprios alunos e professores podem optar por continuar ou não nas unidades. A alta demanda e a baixa evasão indicam aceitação e eficácia do modelo na comunidade escolar.
Educação além da ideologia: o debate sobre o modelo cívico-militar
Apesar das evidências científicas apresentadas, o modelo cívico-militar segue enfrentando resistência ideológica em diversos estados. O professor Jevuks lamenta que o debate sobre a educação pública brasileira ainda seja guiado por “narrativas políticas em detrimento de dados e resultados concretos”. Como exemplo, cita-se o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) pelo governo federal em 2023, e a suspensão judicial do programa em São Paulo, mesmo com o apoio do governador Tarcísio de Freitas.
Enquanto partidos como o PSOL denunciam o modelo à ONU alegando violações de direitos, especialistas como o doutor Pedro Caldeira alertam para a necessidade de separar a avaliação técnica da disputa ideológica. Ele defende que modelos educacionais devem ser julgados por sua efetividade na aprendizagem e na segurança, incentivando mais pesquisas e menos polarização. “O Brasil precisa tirar a educação da arena ideológica e levá-la para a arena da evidência”, resume.
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