Brasil fica à frente apenas da Venezuela em eficiência governamental

Desigualdade social no Brasil, políticos versus população.
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O Brasil ocupa agora a preocupante 68ª posição entre 69 países no quesito eficiência governamental, ficando à frente apenas da Venezuela, segundo o mais recente Ranking de Competitividade Global divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O levantamento revela um contraste gritante entre a realidade enfrentada pela população e a percepção de parte da classe política e do judiciário, que parecem viver em um país de primeiro mundo.

Os critérios do Ranking de Competitividade Global e o desempenho brasileiro

O Ranking de Competitividade Global 2025 avalia 69 países a partir de uma combinação de dados estatísticos, indicadores econômicos e percepções empresariais, organizados em quatro pilares: eficiência governamental, infraestrutura, eficiência empresarial e performance econômica.

Dentro do pilar de eficiência governamental, o Brasil apresentou desempenho crítico em diversas subcategorias. O país ficou na última colocação (69º) no quesito custo de capital, refletindo a dificuldade de acesso a crédito e os altos juros praticados. Também figura entre os piores em protecionismo (68º lugar), finanças públicas (67º), legislação trabalhista voltada ao desemprego (67º) e adaptabilidade das políticas governamentais (67º).

Apesar desse cenário, o Brasil teve um avanço tímido no ranking geral de competitividade, subindo da 62ª para a 58ª posição, graças a pequenos ganhos em áreas como infraestrutura digital e desempenho econômico. No topo do ranking de eficiência governamental, estão países como Suíça, Singapura e Hong Kong.

O impacto da baixa eficiência governamental na vida dos brasileiros

Os números do ranking refletem, na prática, os desafios que o cidadão brasileiro enfrenta diariamente. A burocracia excessiva, a ineficiência na execução de políticas públicas, a baixa qualidade dos serviços essenciais e a carga tributária elevada são problemas crônicos que impactam diretamente a qualidade de vida da população.

Na saúde, filas intermináveis e a falta de medicamentos em unidades básicas são reflexo da má gestão de recursos. Na segurança pública, o aumento da criminalidade em várias regiões aponta para falhas estruturais de planejamento e investimento. A educação básica, por sua vez, continua enfrentando déficit de infraestrutura e carência de profissionais qualificados.

Além disso, o desemprego estrutural e as dificuldades para abertura de empresas demonstram como a falta de políticas eficazes compromete o ambiente de negócios no país. Especialistas alertam que a persistência desses problemas pode afastar investidores e reduzir a competitividade do Brasil no cenário global.

A desconexão entre a percepção das elites e a realidade nacional

O contraste entre os dados do ranking e o discurso de setores da classe política, judiciário e administração pública evidencia uma espécie de realidade paralela vivida pelas elites nacionais. Enquanto a população enfrenta dificuldades para acessar serviços básicos, muitos dirigentes parecem alheios aos problemas apontados por organismos internacionais.

Esse distanciamento reforça a percepção de que há dois Brasis coexistindo: um oficial, onde discursos destacam avanços e estabilidade, e outro real, marcado por ineficiência, desigualdade e precariedade nos serviços públicos.

A crítica mais recorrente entre analistas é a falta de responsabilidade fiscal, planejamento de longo prazo e reformas estruturantes. Enquanto outros países latino-americanos avançam na modernização administrativa, o Brasil permanece preso a um modelo de gestão pública ineficaz e custoso.

A divulgação do ranking reacende o debate sobre a urgência de reformas administrativas, melhoria da gestão pública e a necessidade de alinhar o país aos padrões internacionais de governança, para que o Brasil deixe de figurar nas últimas posições em rankings globais de eficiência.

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