80 anos da primeira ação da FEB na Itália: Engenharia em destaque

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Há 80 anos, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) realizava sua primeira ação em solo italiano, com a Engenharia desempenhando um papel decisivo. Em 6 de setembro de 1944, a 1ª Companhia de Engenharia de Combate, sob o comando do Capitão Floriano Moller, foi responsável por neutralizar explosivos e lançar pontes que permitiram o avanço das tropas aliadas contra os nazistas. Essa missão histórica marcou o início da participação efetiva do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Chegada da FEB à Itália (1944)
A 1ª Companhia de Engenharia de Combate, parte do 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB), desembarcou na Itália em 16 de julho de 1944. Sob o comando do Capitão Floriano Moller, a companhia iniciou um rigoroso treinamento em solo italiano, coordenado pelo 5º Exército Americano. Divididos em pelotões, alguns engenheiros frequentaram o curso de Pontes M2 Bailey, enquanto outros se especializaram em explosivos e desminagem na Escola de Engenharia de Dugenta. Essa preparação foi fundamental para enfrentar os desafios que a unidade encontraria nos combates subsequentes. O terreno acidentado e as armadilhas deixadas pelos alemães, que destruíram pontes e minaram estradas na região da Toscana, exigiam precisão e conhecimento técnico, tornando a presença da Engenharia Brasileira crucial.
Desafios da Engenharia Brasileira

Com a retirada das tropas alemãs ao longo da Toscana, os engenheiros brasileiros enfrentaram um cenário devastado: pontes destruídas, estradas armadilhadas e rios largos que impediam o avanço das forças aliadas. Os rios Arno e Serchio, por exemplo, eram obstáculos naturais que complicavam o deslocamento das tropas do 5º Exército Americano. A missão da 1ª Companhia de Engenharia de Combate era desarmar explosivos colocados estrategicamente nas bases de pontes e liberar o caminho para o avanço das forças terrestres. A expertise dos engenheiros brasileiros foi testada à medida que neutralizavam minas antitanque e desativavam armadilhas explosivas deixadas pelos alemães. Esse trabalho minucioso e perigoso foi essencial para garantir a segurança das tropas aliadas e a continuidade das operações na região.
A Primeira Ação de Combate
No dia 6 de setembro de 1944, a 1ª Companhia de Engenharia de Combate foi chamada para sua primeira missão de combate em solo italiano. A missão consistia em desarmar 50 kg de explosivos na base de uma ponte e neutralizar três minas antitanques em outra ponte nas proximidades. Após a neutralização das ameaças, o próximo passo foi o lançamento de duas pontes Bailey, cruciais para atravessar os canais na região do rio Arno. A primeira ponte, localizada no vilarejo de Montecalvoli, foi erguida sobre os destroços de uma antiga ponte no canal Usciana, um afluente do rio Arno. Concluída no dia 7 de setembro, data que coincide com o Dia da Independência do Brasil, a ponte foi simbolicamente batizada de “Sete de Setembro. Com 58 metros de comprimento e capacidade para “classe 40”, a estrutura permitiu o avanço das tropas aliadas sobre as posições alemãs.
Importância Estratégica da Engenharia
A construção das pontes pela Engenharia Brasileira foi um fator decisivo para o avanço das tropas aliadas no conflito contra os nazistas. A segunda ponte, batizada de “Entre Rios”, foi construída no dia 9 de setembro de 1944, em Santa Maria a Monte, a alguns quilômetros rio acima, no mesmo canal. Com 43 metros de comprimento e também de “classe 40”, a ponte recebeu esse nome em homenagem à cidade de Entre Rios, no Rio de Janeiro, onde a FEB esteve acantonada antes de partir para a Itália. O trabalho dos engenheiros brasileiros superou os desafios impostos pelo terreno, garantindo que as tropas do 5º Exército Americano pudessem atravessar o Rio Arno e avançar em direção às posições inimigas. Esse feito foi um marco na participação da FEB na Segunda Guerra Mundial e destacou a importância da Engenharia de Combate na estratégia militar, abrindo caminho para as próximas ações ofensivas aliadas no território europeu.
Essas ações demonstraram a excelência técnica e a superação dos engenheiros brasileiros, que, mesmo em um ambiente adverso, cumpriram sua missão com sucesso e contribuíram decisivamente para o desfecho favorável das operações na Itália.
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