EMGEPRON e ICN assinam acordo para ampliar capacidades

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Com o olhar voltado para o futuro da indústria naval de defesa, a EMGEPRON e a Itaguaí Construções Navais (ICN) assinaram, em fevereiro, um Memorando de Entendimentos que marca o início de uma nova fase de cooperação estratégica. O acordo prevê a atuação conjunta em projetos de construção, manutenção e modernização de embarcações, unindo expertises para ampliar as capacidades nacionais em tecnologia naval.

Objetivos e potencial da cooperação EMGEPRON–ICN

O Memorando de Entendimentos firmado entre a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e a Itaguaí Construções Navais (ICN) estabelece uma base formal para o desenvolvimento de projetos conjuntos nas áreas de construção, conversão, modernização, manutenção e extensão da vida útil de navios e embarcações. A parceria também prevê o estudo de oportunidades em âmbito nacional e internacional, com foco na expansão da capacidade operacional da Marinha do Brasil e de outras forças aliadas.

A sinergia entre a expertise da EMGEPRON — tradicionalmente voltada à gestão e comercialização de projetos da Marinha — e a capacidade industrial da ICN, responsável por parte significativa da construção da frota de submarinos do país, cria um ecossistema ideal para inovações em engenharia naval de Defesa. A iniciativa está alinhada com o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e amplia o horizonte tecnológico do país na construção de meios de superfície e de guerra submersa.

A cerimônia de assinatura contou com a presença de figuras-chave: o Vice-Almirante Amaury Calheiros, Diretor-Presidente da EMGEPRON; o Contra-Almirante Marcelo Gurgel, Diretor Técnico-Comercial; o Diretor-Presidente da ICN, Renaud Jean Roger Poyet, e o Vice-Almirante Mario Ferreira Botelho, Diretor Industrial da empresa.

Fortalecimento da BID e geração de empregos especializados

A cooperação entre EMGEPRON e ICN é mais do que uma aliança empresarial: trata-se de um movimento estratégico para fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira. Ao unir capacidades produtivas e tecnológicas complementares, a parceria impulsiona o desenvolvimento de soluções navais complexas, gerando empregos altamente qualificados e incentivando a formação de mão de obra especializada, especialmente nas áreas de engenharia, tecnologia e logística.

Com sede no estado do Rio de Janeiro, ambas as empresas operam em um ambiente com forte vocação para o setor naval. O impacto direto na economia local e a possibilidade de geração de empregos indiretos em toda a cadeia de suprimentos consolidam a BID como vetor de desenvolvimento regional e nacional.

Além disso, a parceria representa um incentivo à inovação tecnológica contínua, fortalecendo centros de pesquisa, fomentando startups e estimulando a integração com universidades e institutos técnicos. O investimento em ciência, tecnologia e inovação é, portanto, parte indissociável do projeto.

Alinhamento com a soberania e segurança nacionais

No contexto geopolítico atual, a autonomia em Defesa é um ativo estratégico. A parceria entre EMGEPRON e ICN está alinhada com os interesses de soberania nacional, ao reduzir a dependência de soluções estrangeiras e garantir controle sobre tecnologias sensíveis, especialmente em um cenário de crescente atenção internacional à segurança marítima no Atlântico Sul e à proteção da Amazônia Azul.

A assinatura do memorando também representa um modelo bem-sucedido de cooperação público-privada, mostrando como empresas com perfis distintos podem se unir em torno de objetivos comuns e de interesse nacional. Nesse sentido, a iniciativa posiciona o Brasil de forma mais sólida nas cadeias globais de tecnologia de defesa, promovendo parcerias com outras nações, como já ocorre no âmbito do PROSUB com a França.

Ao ampliar sua capacidade de projetar, construir e manter embarcações de última geração, o país fortalece sua presença internacional como fornecedor confiável de produtos e serviços de defesa, ao mesmo tempo em que reafirma seu compromisso com a autossuficiência tecnológica e a segurança das águas jurisdicionais brasileiras.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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