Elas avançam! Mulheres já são 12,6% da Marinha

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Há poucas décadas, a presença feminina na Marinha do Brasil era restrita a áreas administrativas. Hoje, essa realidade mudou. Elas já representam 12,6% do efetivo da Força e estão cada vez mais presentes em funções operativas e de comando. A trajetória de pioneiras como a Soldado Fuzileiro Naval Fabiana Damasceno e a Segundo-Tenente Catarina Dowsley comprova que barreiras estão sendo superadas e que o futuro das mulheres na carreira militar naval é promissor.

A crescente presença feminina na Marinha do Brasil

A história da participação feminina na Marinha teve início em 1980, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM). Inicialmente, as mulheres eram admitidas para atuar em funções administrativas e de saúde, sem a possibilidade de ingressar em cargos operacionais. Entretanto, esse cenário começou a mudar com o passar das décadas, impulsionado por transformações sociais e políticas de inclusão dentro da Força.

Atualmente, as mulheres estão presentes em todos os Corpos e Quadros da MB, inclusive nos setores operativos, antes de acesso exclusivo aos homens. Em 2023, a Marinha abriu vagas para a primeira turma mista de Soldados Fuzileiros Navais, marco histórico que simboliza a quebra de paradigmas. Além disso, o Colégio Naval e o Serviço Militar Inicial Feminino registraram mais de 7 mil candidatas, demonstrando o crescente interesse das jovens brasileiras pela carreira naval.

Pioneirismo e histórias de superação

A ampliação do espaço feminino na Marinha não é apenas estatística. Histórias de mulheres que enfrentaram desafios e superaram barreiras ajudam a inspirar novas gerações. Entre elas está a Soldado Fuzileiro Naval Fabiana Damasceno, que se destacou ao se tornar a primeira mulher a conquistar o distintivo do Estágio de Qualificação em Operações no Cerrado. A conquista, resultado de um treinamento exaustivo em Brasília (DF), é um exemplo de como as militares estão assumindo funções que exigem alto preparo físico e mental. “Eu não imaginava que seria a primeira, mas agora sei que muitas outras virão depois de mim”, afirmou Fabiana.

Outro nome de destaque é o da Segundo-Tenente Catarina Dowsley, a primeira mulher a integrar o Quadro Complementar do Corpo da Armada (QC-CA). Formada em Engenharia Eletrônica e de Computação, ela enfrentou um rigoroso processo seletivo e hoje está apta a servir a bordo de navios de guerra, atuando na condução, operação e manutenção dos meios navais. “As mulheres têm capacidade para desempenhar qualquer papel nas Forças Armadas. Mais do que tudo, precisam acreditar que podem”, ressalta a oficial.

O avanço feminino também se reflete nos altos escalões. A Capitão de Mar e Guerra (Médica) Daniella Leitão Mendes, atual Vice-Diretora da Diretoria de Saúde da Marinha, está prestes a ser promovida a Contra-Almirante, cargo inédito para uma mulher em sua área. “É uma honra representar as militares femininas e uma grande responsabilidade. Sei que outras virão e alcançarão posições ainda mais altas”, declarou.

O futuro das mulheres na carreira naval

Com a crescente inclusão das mulheres em todas as áreas da Marinha, a tendência é que sua participação continue aumentando nos próximos anos. A expansão do acesso ao ensino militar, como a abertura do Colégio Naval para candidatas do sexo feminino, e a crescente oferta de vagas em concursos da MB são fatores que devem impulsionar essa evolução.

Além das oportunidades, o futuro da carreira naval para mulheres também envolve desafios. A adaptação a um ambiente tradicionalmente masculino, a necessidade de infraestrutura adequada nos navios e bases e a construção de uma cultura cada vez mais inclusiva são questões que a Marinha busca aprimorar. Segundo especialistas, a presença feminina na Força não apenas promove a igualdade de oportunidades, mas também contribui para a modernização e fortalecimento institucional.

Para as futuras gerações que desejam seguir essa trajetória, o recado das pioneiras é claro: dedicação e perseverança são fundamentais. O caminho já foi aberto, e agora cabe às novas militares continuarem avançando, provando que a competência e o espírito de serviço à Pátria não têm gênero.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).