Economia do Mar em Alagoas: Desenvolvimento, Empregos e Sustentabilidade

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Na última terça-feira, Maceió foi palco do I Fórum de Economia do Mar, um evento pioneiro idealizado pela Marinha do Brasil e realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA). O encontro reuniu especialistas, empresários e representantes do setor público para discutir o potencial da economia do mar e seus impactos para o estado. O destaque ficou por conta da apresentação de um estudo inédito elaborado pelo Observatório da Indústria de Alagoas, que revelou dados surpreendentes sobre a importância econômica, social e ambiental do mar para Alagoas.

Segundo o estudo, 40,74% da população alagoana vive nos 16 municípios litorâneos, evidenciando a relação direta entre a economia estadual e o uso sustentável dos recursos marítimos. Além disso, setores como turismo, aquicultura, transporte marítimo e exploração de petróleo e gás movimentam a economia e geram milhares de empregos, tornando o mar um dos principais motores de desenvolvimento do estado.

O Mar como Pilar Econômico e Social

Durante a apresentação, a pesquisadora Beatriz Almeida, responsável pelo levantamento, destacou que o estudo foi elaborado ao longo de três meses e será atualizado semestralmente para garantir informações precisas sobre o setor. “Nosso objetivo é fornecer dados concretos para embasar decisões estratégicas da indústria, do governo e das entidades parceiras. O mar é um ativo essencial para Alagoas, e entender sua dinâmica econômica é fundamental para garantir crescimento sustentável e geração de empregos”, afirmou.

O levantamento revelou que a economia do mar em Alagoas responde por 24.700 postos de trabalho formais, número que tende a crescer com investimentos no setor. O turismo marítimo, impulsionado pela chegada de cruzeiros e pelo crescimento da hotelaria, se destaca como um dos segmentos mais promissores. Estima-se que 16 novos hotéis serão inaugurados até 2026, aquecendo ainda mais o setor de serviços e gerando oportunidades de emprego.

A carcinicultura (criação de camarões) também se consolidou como um pilar econômico, com Arapiraca se destacando na produção. Em 2023, foram cultivados 1,6 milhão de quilos de camarão, impulsionando as exportações e fortalecendo a economia local.

Desenvolvimento Sustentável e Inovação

Apesar do crescimento expressivo, a sustentabilidade da economia do mar foi um dos principais temas debatidos no fórum. O estudo apontou que Alagoas ainda depende fortemente da exploração de petróleo e gás, setor que domina a produção energética do estado. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de investir em energias renováveis offshore, como eólica e solar, para reduzir impactos ambientais e diversificar a matriz energética.

Outro ponto crítico é a regulamentação da pesca e da carcinicultura, setores que precisam de incentivos para adoção de práticas sustentáveis e maior controle sobre a pesca predatória. A pesquisadora Beatriz Almeida reforçou a necessidade de novas pesquisas sobre biotecnologia marinha e gestão sustentável dos recursos oceânicos, que podem alavancar a chamada Economia Azul, conciliando crescimento econômico e preservação ambiental.

Oportunidades e Impacto para a População

Com base nos dados apresentados, a Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA) reforçou seu compromisso com o fortalecimento da economia do mar, destacando a importância de políticas públicas e incentivos para o setor. A entidade vê o mar como um vetor de crescimento econômico, não apenas para grandes indústrias, mas também para pequenos negócios e trabalhadores autônomos que dependem do setor.

A expansão do turismo marítimo, por exemplo, abre portas para guias turísticos, pescadores, comerciantes e artesãos, que podem se beneficiar do aumento do fluxo de visitantes. Da mesma forma, a modernização da infraestrutura portuária e dos estaleiros locais pode impulsionar a construção e manutenção de embarcações, gerando empregos diretos e indiretos.

O Observatório da Indústria de Alagoas se comprometeu a atualizar o estudo a cada seis meses, disponibilizando os dados para empresas, gestores públicos e pesquisadores interessados em explorar novas oportunidades no setor.

Um Novo Horizonte para Alagoas

O I Fórum de Economia do Mar consolidou-se como um marco para o estado, evidenciando o potencial econômico dos recursos marítimos e incentivando investimentos estratégicos para crescimento sustentável e geração de empregos. Com a liderança da FIEA e o apoio da Marinha do Brasil, Alagoas se posiciona para transformar seu litoral em um pólo de inovação e desenvolvimento, garantindo benefícios diretos para a população e para o meio ambiente.

No entanto, para que essas discussões não fiquem apenas no discurso, é fundamental que eventos desse porte resultem em deliberações concretas, metas e prazos bem definidos. O mar pode ser a grande alavanca econômica de Alagoas, mas sem planejamento e ações efetivas, o risco é que essa oportunidade se dissolva como espuma na areia. Que os debates sirvam de impulso para iniciativas reais, e que a economia do mar não seja apenas um tema de evento, mas sim um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do estado.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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