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A Diretoria de Engenharia Naval (DEN) completa um século de serviços prestados à Marinha do Brasil e à indústria naval do país. Desde sua criação em 1924, a DEN esteve à frente de projetos pioneiros, garantindo a independência tecnológica do poder naval brasileiro. Em 2024, a Diretoria celebra 100 anos com foco em novos desafios, como a supervisão técnica do Submarino Nuclear “Álvaro Alberto” e a implementação de sistemas avançados de manutenção estrutural.
A trajetória histórica e os grandes projetos da DEN
A criação da Diretoria de Engenharia Naval (DEN) remonta a 17 de setembro de 1924, quando o governo do presidente Arthur Bernardes implementou uma reorganização no Ministério da Marinha. O novo órgão assumiu as atribuições da antiga Inspetoria de Engenharia Naval, que já era responsável pela construção e manutenção das embarcações da Marinha, mas a criação da DEN representou um passo à frente, incorporando atividades mais amplas e multidisciplinares.
Ao longo do século, a DEN desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da Marinha do Brasil, projetando e supervisionando a construção de embarcações que se tornaram símbolos do poder naval brasileiro. Entre os projetos mais notáveis estão o Navio-Escola “Brasil”, lançado em 1983, e as Corvetas da classe “Inhaúma”, construídas entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980. Esses projetos marcaram a independência tecnológica do Brasil em relação à construção naval, reduzindo a dependência de embarcações estrangeiras e fortalecendo a indústria naval nacional.
Além disso, a DEN foi pioneira em inovações tecnológicas que colocaram a Marinha do Brasil entre as mais avançadas do mundo em termos de engenharia naval. Cada embarcação desenvolvida e mantida pela Diretoria representa um avanço tecnológico que impacta diretamente a capacidade de operação da Marinha, não apenas em tempos de guerra, mas também em missões de paz e apoio humanitário.
A atuação da DEN no presente: inovações e desafios tecnológicos
Nos últimos anos, a DEN continuou a se destacar pela sua atuação inovadora. Um dos maiores desafios atuais é a supervisão técnica no projeto do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA) “Álvaro Alberto”. A Diretoria atua como Órgão de Supervisão Técnica Independente (OSTI), responsável por garantir a qualidade e a segurança dos sistemas da plataforma e dos serviços associados ao submarino. Esse projeto coloca a Marinha do Brasil em um seleto grupo de nações que dominam a tecnologia de submarinos nucleares, o que representa um avanço estratégico importante para a defesa nacional.
Outra frente importante de inovação liderada pela DEN é a implementação do Gerenciamento da Integridade Estrutural (GIE). Esse sistema visa garantir que as estruturas dos meios navais da Marinha estejam sempre em perfeitas condições operacionais. O GIE melhorou significativamente a manutenção das embarcações, permitindo que problemas estruturais sejam detectados e corrigidos com antecedência, sem custos adicionais à Marinha. O impacto desse programa vai além da eficiência operacional, também contribuindo para a segurança ambiental, reduzindo o risco de acidentes que poderiam impactar o meio ambiente marítimo.
A Diretoria de Engenharia Naval também tem se destacado na busca por soluções sustentáveis para as operações navais, com foco na melhoria dos sistemas de propulsão, geração de energia e controle de avarias. Com uma equipe de engenheiros altamente capacitados, a DEN continua a inovar e a garantir que a Marinha do Brasil mantenha sua capacidade de resposta rápida e eficiente em quaisquer cenários operacionais, tanto em tempos de paz quanto em situações de conflito.
O futuro da Engenharia Naval e a formação de novos engenheiros
Com os olhos voltados para o futuro, a Diretoria de Engenharia Naval segue atenta aos desafios e oportunidades que surgem com o avanço da tecnologia e as mudanças no cenário geopolítico mundial. A adaptação às novas demandas e o desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas são prioridades. Isso inclui o fortalecimento das capacidades autônomas da Marinha do Brasil em áreas como inteligência artificial, sistemas de propulsão elétrica e design de embarcações que atendam aos novos requisitos ambientais globais.
Parte dessa preparação para o futuro envolve a formação contínua de engenheiros especializados em diversas áreas. O ingresso no Corpo de Engenheiros da Marinha do Brasil pode se dar de duas formas principais: através da Escola Naval, onde os futuros oficiais engenheiros iniciam sua carreira, ou por meio de concursos públicos para profissionais já graduados em instituições civis. As oportunidades são amplas, com vagas em áreas como Engenharia Naval, Mecânica, Elétrica, Eletrônica, Mecatrônica, Nuclear e Química, entre outras.
O Vice-Almirante (EN) Rogério Corrêa Borges, atual Diretor de Engenharia Naval, destaca a importância dessa formação contínua: “Nosso compromisso é com o desenvolvimento de uma engenharia naval moderna e eficiente, capaz de enfrentar os desafios do futuro. Para isso, investimos na formação e na capacitação dos engenheiros da Marinha, garantindo que eles estejam preparados para lidar com as tecnologias emergentes e para construir um futuro promissor.”
Com 100 anos de história, a DEN olha para o futuro com a mesma determinação que marcou seu passado. Seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento tecnológico continua a ser um pilar fundamental para garantir a soberania marítima do Brasil, promovendo a segurança nacional e a independência tecnológica.
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