Dia da Vitória: Marinha do Brasil honra heróis de 1945

Soldado operando equipamento militar em preto e branco.
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A história volta à tona no cais do Comércio, em Salvador, onde a Marinha do Brasil reunirá civis e militares para lembrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A cerimônia no Com2ºDN será marcada por homenagens àqueles que patrulharam o Atlântico Sul, protegendo comboios e garantindo a soberania nacional diante da ameaça dos submarinos do Eixo.

A Batalha do Atlântico e o papel estratégico da Marinha

Pouco lembrada nos livros didáticos, a Batalha do Atlântico foi uma das campanhas mais longas e decisivas da Segunda Guerra Mundial, e a Marinha do Brasil (MB) teve papel fundamental na sua condução. A missão era clara: garantir que os comboios de navios mercantes pudessem cruzar o Atlântico Sul sem serem abatidos por submarinos alemães ou italianos, garantindo o fornecimento de combustível, alimentos, armamentos e tropas às forças aliadas.

Entre 1942 e 1945, a MB mobilizou cerca de 7 mil militares em missões de patrulhamento, escolta e combate naval, enfrentando desafios extremos em alto-mar, incluindo ataques noturnos, minas flutuantes e condições climáticas adversas. Graças à sua atuação estratégica, o Brasil tornou-se corredor seguro para o tráfego marítimo aliado, consolidando sua posição geopolítica e seu compromisso com a defesa da liberdade global.

A cerimônia no Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN) não apenas marca uma data histórica, mas reconhece uma missão militar silenciosa e essencial, muitas vezes esquecida na narrativa oficial da guerra.

Herança e sacrifício: os marinheiros que tombaram pela liberdade

O esforço da MB na Segunda Guerra teve um custo alto: centenas de vidas brasileiras foram perdidas em combates, naufrágios e emboscadas do inimigo. Mais de mil brasileiros morreram no mar — número que inclui os tripulantes dos navios mercantes atacados e os militares das unidades de escolta.

Entre os episódios mais dramáticos, destacam-se os afundamentos de embarcações como o Baependi, o Araraquara e o Vital de Oliveira, que foram torpedeados em águas brasileiras, provocando comoção nacional e solidificando o apoio interno à entrada do Brasil no conflito.

As homenagens promovidas pela Marinha do Brasil neste 8 de maio têm o papel de preservar o legado dos que tombaram em silêncio, longe dos holofotes das trincheiras europeias, mas igualmente vitais para o desfecho da guerra. Cada nome lembrado é uma lembrança do preço pago pela liberdade.

Cerimônias militares como instrumentos de educação histórica

A solenidade no Com2ºDN não é apenas um ato de memória institucional, mas uma aula pública de história e cidadania. Em tempos de relativização do passado, eventos como esse reafirmam o papel do Brasil no tabuleiro global e despertam o interesse das novas gerações pela importância estratégica e simbólica das Forças Armadas Brasileiras.

Com a participação de militares, civis, estudantes e representantes de instituições públicas, a cerimônia fortalece a conexão entre a sociedade e suas raízes históricas. É uma oportunidade de relembrar que o Brasil não foi apenas espectador, mas protagonista no combate ao totalitarismo e à violação de direitos humanos.

Mais que reconstituir o passado, homenagens como esta lançam pontes para o futuro, cultivando os valores de soberania, dever e patriotismo entre os cidadãos. Em cada discurso e saudação militar, ecoa a certeza de que honrar os heróis de 1945 é garantir que sua luta jamais seja esquecida.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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