Foto ONU/Herve Serefio Boinas-azuis patrulham nordeste da República Centro-Africana

Participaram no debate, o secretário-geral, António Guterres, a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, a ativista afegã Zarqa Yaftali e a conselheira de Violência Sexual e de Gênero da Força Provisória de Segurança da ONU para Abyei, Nataliia Emelianova.

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Cessar-fogo

António Guterres lembrou seu apelo por um cessar-fogo global, dizendo que a resolução do Conselho apoiando a iniciativa, aprovada em julho, “estabeleceu um vínculo forte e valioso com a agenda da Mulher, Paz e Segurança.”

Primeiro, o documento afirma que a pandemia tem um impacto negativo desproporcional nas mulheres e meninas, o que está sendo provado em zonas de conflito em todo o mundo.

Em segundo lugar, diz que as mulheres estão desempenhando um papel crucial na resposta à pandemia, dominando setores econômicos essenciais para a vida diária. Por fim, apela para que as mulheres ocupem posições de liderança e de tomada de decisão.

Guterres destacou o “sucesso notável” que muitas mulheres líderes tiveram em conter a pandemia. Segundo ele, “isso confirma uma verdade óbvia: instituições, organizações, empresas e governos funcionam melhor quando incluem toda a sociedade, em vez de ignorar metade.”

Progresso

Em 2020, a ONU marca 20 desde a aprovação da resolução 1325. O secretário-geral apontou mudanças importantes na maneira como as Nações Unidas trabalham para a paz e segurança internacional.

Segundo ele, “movimentos de mulheres e aliados em governos e instituições internacionais mudaram leis discriminatórias, alcançaram marcos na representação política e na jurisprudência internacional e fizeram a diferença nos processos de paz.”

Mulheres lideram apenas 7% dos países e três quartos dos membros das forças-tarefa e comitês nacionais contra a Covid-19 são homens

O chefe da ONU afirmou que, apesar desses avanços, “a igualdade de gênero é uma questão de poder e, para onde quer que se olhe, as estruturas de poder são dominadas pelos homens.”

Nesse momento, as mulheres lideram apenas 7% dos países. Três quartos dos membros das forças-tarefa e comitês nacionais contra a Covid-19 são homens. As decisões sobre paz e segurança internacionais ainda são tomadas em sua maioria por eles.

António Guterres realçou alguns exemplos recentes, como as discussões entre os o Talebã e o governo no Afeganistão ou a transição política no Mali.

Ele pergunta se Sudão irá cumprir a cota de 40% para a representação das mulheres no Parlamento e se o Sudão do Sul cumprirá a cota de 35% no governo. Questiona ainda se a mesa de negociações no Iêmen inclui mulheres.

Segundo ele, se a resposta a essas perguntas for não, o mundo “enfrenta sérios obstáculos na tarefa que tem pela frente.”

O chefe da ONU defende o uso de “todas as ferramentas disponíveis”, incluindo medidas especiais temporárias, como cotas. Guterres afirma que essa medida “pode fazer uma enorme diferença” e que testemunhou isso, enquanto primeiro-ministro de Portugal, nos anos 90.

Nações Unidas

Quando se tornou secretário-geral, acabar com a discriminação contra as mulheres nas Nações Unidas foi uma das prioridades de António Guterres.

No início de 2020, a organização alcançou a paridade de gênero na sua liderança, sênior com 90 mulheres e 90 homens. Entre os coordenadores residentes, também existe paridade, inclusive em países afetados por conflitos.

Em missões de campo, a liderança das mulheres saltou de 21% para 41% em apenas três anos. Nas missões políticas especiais, 52% dos chefes ou vice-chefes são agora mulheres.

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Entre os boinas-azuis, Guterres disse que “o número de mulheres destacadas ainda é muito baixo, mas aumentou significativamente nos últimos cinco anos.” Esse ano, o Conselho de Segurança aprovou sua primeira resolução focada nas mulheres na manutenção da paz.

O secretário-geral afirmou ainda que continua “determinado a exigir paridade em todos os níveis, bem antes dos prazos.”

Armamento

Um dos princípios fundamentais da agenda das mulheres, paz e segurança é que as armas não tornam o mundo mais seguro.

Guterres informou que, em 2019, as despesas militares globais atingiram tiveram seu maior aumento anual em uma década, atingindo US$ 1,9 trilhão.

O secretário-geral afirmou que, enquanto o mundo se recupera da pandemia, precisa fazer uma escolha. Ou permanece no caminho de crescente militarização, conflito e perdas intergeracionais, ou trabalha para maior inclusão, igualdade e prevenção de conflitos.

O chefe da ONU terminou afirmando que o mundo “não pode esperar mais vinte anos para implementar a agenda das mulheres, paz e segurança.”

Fonte: ONU NEWS

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).