Imagem: Kortaggio, Reddit

Na última quarta-feira (21), um artigo publicado na renomada revista Cartography and Geographic Information Science levantou uma possível nova preocupação para o uso de deepfakesa criação de falsos mapas de cidades. Baseada em aprendizado de máquina e inteligência artificial, a tecnologia seria capaz de desenvolver vistas aéreas de centros urbanos conhecidos com uma convincente fidelidade.

O estudo conduzido por Bo Zhao, da Universidade de Washington (EUA), utilizou a cartografia de três cidades para “ensinar” e “alimentar” o software de inteligência artificial, sendo elas: Seattle, Tacoma e Pequim. Com distintos visuais entre si, cada região possui um estilo urbanístico próprio, com formatos de avenidas e prédios marcantes se destacando no mapa.

O surpreendente resultado se traduz em fidedignos mapas falsos para estas cidades, criados conforme seu estilo urbanístico pela tecnologia deepfake. Lado a lado nas imagens, é possível identificar o que seria a vista aérea fictícia de Seattle, com mais árvores e ruas estreitas, enquanto Pequim, por exemplo, é mais monocromática e possui a maior presença edificações altas.

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Mapas falsos criados pela deepfake: na direita superior, Tacoma. Na parte inferior, Seattle e Pequim, respectivamente. (Fonte: Bo Zhao, WU, Tech Crunch / Reprodução)
Fonte: Bo Zhao, WU, Tech Crunch

Contudo, apesar de bastante convincentes, os mapas criados pela IA não possuem a mesma nitidez dos gerados por satélites, além de também possuírem inconsistências lógicas, como algumas ruas indo a lugar algum, por exemplo. Por outro lado, a equipe de pesquisadores infere que a possibilidade de uso dessa técnica também pode ser aproveitada para avanços científicos.

O potencial dessa IA poderia ser utilizado para prever o crescimento de cidades e auxiliar em projetos de expansão urbana, além de também possibilitar a criação de mapas digitais de áreas antigas que já não existem, mas que possuem registros analógicos.

Além de investigar a capacidade de criação de mapas falsos, o estudo também busca propor formas de analisar e identificar a veracidade deste tipo de dado, a fim de certificar a confiabilidade de suas informações. Bo Zhao afirmou que os resultados confrontam a “confiabilidade absoluta das imagens de satélite ou outros dados geoespaciais” e, assim, ressalta a importância da nova metodologia de análise científica.

Fontes

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).