Espaço aereo Brasileiro (Região de informação de voo de responsabilidade do Brasil) - Wikimedia

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) anunciou, por meio da AIC-N 13/24 e AIC-A 11/24, seu planejamento para a implementação do conceito PBCS (Comunicação e Vigilância Baseadas em Performance) na FIR Atlântico (SBAO). A nova estrutura entrará em vigor em duas fases: em dezembro de 2025 e abril de 2026. Esta iniciativa promete otimizar o tráfego aéreo na região, essencial para os voos entre a Europa e a América do Sul, conhecido como o corredor EUR/SAM.

O Que é o Conceito PBCS?

O PBCS é uma abordagem moderna que estabelece critérios de Performance de Comunicação Requerida (RCP) e Performance de Vigilância Requerida (RSP). Em termos simples, esses critérios definem os limites de tempo que as comunicações podem levar entre o emissor, como o Controle de Tráfego Aéreo (ATC), e o receptor, como a aeronave. Nos espaços aéreos onde o PBCS já é exigido, como no Atlântico Norte (NAT-HLA) e em Cingapura, são requeridos RCP240 para CPDLC (240 segundos) e RSP180 para ADS-C (180 segundos).

Fases de Implementação na FIR Atlântico

A implementação do PBCS na FIR Atlântico será realizada em duas fases distintas:

  • Primeira Fase: Em dezembro de 2025
  • Segunda Fase: Em abril de 2026

Essa divisão em fases permite uma adaptação gradual, garantindo que as mudanças sejam implementadas de forma eficaz e segura.

Primeiros Documentos Públicos Sobre PBCS no Brasil

As AIC N13/24 e AIC-A 11/24 são os primeiros documentos públicos do DECEA que tratam especificamente da implementação das Comunicações e Vigilância Baseadas em Performance no Brasil. Essas AIC, que entrarão em vigor em 13 de junho de 2024, têm o propósito de informar e explicar aos usuários do espaço aéreo brasileiro o plano de implementação do conceito PBCS na Região de Informação de Voo do Atlântico (FIR-AO), visando a redução dos mínimos de separação horizontal entre as aeronaves.

Requisitos de Performance e Normativas

Sobre os requisitos de performance aplicados ao PBCS (RCP, RSP, RNP e intervalo máximo periódico ADS-C) para as separações planejadas no faseamento de implementação, estes são explicitados no Doc 4444 – PANS/ATM e já estão internalizados na ICA 100-37 – Serviços de Tráfego Aéreo do DECEA, em seu item 4.3.12.14.2, tabela 6. Planeja-se que todas as informações e detalhamentos técnicos e operacionais relacionados ao emprego do PBCS sejam publicados tempestivamente em uma norma específica do Comando da Aeronáutica que tratará do Plano de Implementação do PBCS na FIR-AO e sua respectiva concepção de operação.

Impacto na Aviação e Benefícios

A principal vantagem da implementação do PBCS é a capacidade de reduzir a separação entre as aeronaves, aumentando a oferta de níveis de voo mais adequados ao desempenho das aeronaves. Este ajuste é crucial para a eficiência dos voos no corredor EUR/SAM, otimizando rotas e economizando combustível.

Embora a AIC do DECEA não tenha especificado os requisitos PBCS exatos para a FIR SBAO, indicou que essas informações serão divulgadas em normas específicas futuras. Também não foram delimitados espaços aéreos exclusivos para aeronaves com capacidade PBCS, como ocorreu no Atlântico Norte (FL340 – FL390).

Incentivo à Capacitação: BEBS

A definição de espaços aéreos exclusivos poderia ser uma medida eficaz para incentivar a capacitação de tripulações e aeronaves, aderindo ao conceito conhecido dos Serviços de Tráfego Aéreo: BEBS (Best Equipped, Best Served), que significa que as aeronaves mais bem equipadas são melhor servidas. Esta abordagem não apenas melhora a segurança e eficiência, mas também motiva as companhias aéreas a investirem em tecnologia de ponta.

Para mais informações, a AIC-N 13/24 está disponível neste link.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Força Aérea
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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