Relógio do Juízo Final marca 89 segundos para a meia-noite

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O tempo para o Juízo Final nunca esteve tão curto. O icônico Relógio do Juízo Final, um dos maiores símbolos de alerta para ameaças globais, foi ajustado nesta semana para 89 segundos antes da meia-noite, o menor tempo já registrado. Criado por cientistas atômicos após a Segunda Guerra Mundial, o marcador reflete os riscos iminentes que a humanidade enfrenta, como conflitos armados, corrida nuclear, crise climática e avanços tecnológicos descontrolados. A nova marca reforça o alerta: nunca estivemos tão próximos de uma catástrofe global.
O que significa o Relógio do Juízo Final?
O Relógio do Juízo Final é um marcador simbólico criado em 1947 pelo Boletim de Cientistas Atômicos, um grupo formado por físicos que trabalharam no Projeto Manhattan, responsável pelo desenvolvimento das primeiras bombas nucleares. A ideia era criar um símbolo visual que alertasse a humanidade sobre os riscos existenciais que poderiam levar à sua própria destruição.
A configuração dos ponteiros do relógio é decidida anualmente por um comitê de cientistas e especialistas em segurança global, que inclui ganhadores do Prêmio Nobel. O horário não mede o tempo literal, mas representa a proximidade da humanidade de um evento catastrófico global. Quanto mais próximo da meia-noite, maior o risco de colapso civilizacional.
Desde sua criação, o relógio já foi ajustado mais de 20 vezes. No período mais seguro, em 1991, após o fim da Guerra Fria, marcava 17 minutos para a meia-noite. Em contraste, nos últimos anos, o avanço de ameaças globais fez os ponteiros se aproximarem cada vez mais do marco final, culminando nos preocupantes 89 segundos atuais.
Os principais fatores que levaram ao novo ajuste
A decisão de mover o relógio para mais perto da meia-noite levou em consideração múltiplas ameaças globais, que, combinadas, criam um cenário de risco extremo para a humanidade. Entre os fatores mais relevantes, destacam-se:
- Conflitos geopolíticos: A guerra na Ucrânia segue sem perspectiva de solução, enquanto tensões aumentam entre potências nucleares, como Estados Unidos, Rússia e China. O conflito Israel-Hamas também ampliou o cenário de instabilidade no Oriente Médio, elevando o risco de uma escalada militar mais ampla.
- Risco nuclear: O avanço de programas nucleares, como os do Irã e da Coreia do Norte, e a modernização de arsenais atômicos por potências como os EUA e a Rússia preocupam especialistas. O temor é que, diante de um cenário de alta tensão, a utilização de armas nucleares se torne uma possibilidade real.
- Crise climática: O planeta enfrenta eventos climáticos extremos, como ondas de calor recordes, incêndios florestais devastadores e furacões cada vez mais intensos. O aquecimento global continua sendo impulsionado pelo uso de combustíveis fósseis, e as ações de mitigação ainda são insuficientes.
- Tecnologias disruptivas: O avanço da inteligência artificial, biotecnologia e exploração espacial traz benefícios, mas também gera riscos inéditos. A falta de regulamentação sobre IA, por exemplo, levanta preocupações sobre manipulação de informações, cyberataques e até a automação de sistemas militares críticos.
- Disseminação de desinformação: A propagação de fake news e teorias da conspiração compromete a estabilidade social e política em diversas partes do mundo. A desinformação alimenta negacionismos científicos, prejudica respostas a crises sanitárias e climáticas e enfraquece a confiança nas instituições democráticas.
O que pode ser feito para afastar o colapso global?
Embora o Relógio do Juízo Final seja um alerta preocupante, ele não representa um destino inevitável. A humanidade ainda tem meios para reverter esse cenário e afastar a catástrofe.
- Ação diplomática global: A redução de tensões internacionais é essencial. O fortalecimento de acordos de paz, tratados de desarmamento nuclear e cooperação internacional para evitar novos conflitos pode desacelerar a corrida armamentista e estabilizar regiões em crise.
- Combate às mudanças climáticas: O cumprimento das metas do Acordo de Paris, a transição para energias renováveis e a adoção de políticas de preservação ambiental são passos fundamentais para mitigar o aquecimento global. A pressão da sociedade e o engajamento do setor privado podem acelerar esse processo.
- Regulamentação de novas tecnologias: O avanço da inteligência artificial e de outras inovações precisa ser acompanhado por regulamentações que garantam seu uso seguro. Normas internacionais podem ajudar a evitar riscos como manipulação em massa, cyberataques e armas autônomas.
- Educação e combate à desinformação: O fortalecimento do pensamento crítico e da alfabetização digital pode ajudar a população a distinguir fatos de fake news. Medidas para responsabilizar plataformas digitais por conteúdos falsos também são essenciais para conter a propagação da desinformação.
O ajuste do Relógio do Juízo Final serve como um lembrete da fragilidade da civilização humana diante de ameaças globais. A humanidade já conseguiu recuar os ponteiros do relógio no passado — e agora, mais do que nunca, é necessário agir para impedir que a meia-noite se torne uma realidade.
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