Presidente da Nuclep detalha projetos estratégicos de energia nuclear no G20

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Durante o G20 de transição energética, realizado em Foz do Iguaçu, o presidente da Nuclep, Carlos Henrique Silva Seixas, apresentou os avanços da empresa em projetos estratégicos de energia nuclear e defesa. Em entrevista à repórter Nayara Machado, da Agência Eixos, Seixas destacou o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear da Marinha do Brasil e os reatores que vão impulsionar a transição energética do país.
Desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear
A Nuclep está à frente da construção do bloco 40, que abrigará o reator nuclear do futuro submarino de propulsão nuclear da Marinha do Brasil. Segundo Carlos Seixas, esse submarino será um marco estratégico, posicionando o Brasil entre os poucos países no mundo capazes de desenvolver tecnologia nuclear para uso militar. Atualmente, apenas cinco nações — Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido — possuem submarinos nucleares. A entrada do Brasil nesse seleto grupo fortalecerá a defesa do país, especialmente no que diz respeito à proteção da Amazônia Azul, região rica em recursos naturais.
O desenvolvimento do submarino nuclear envolve uma parceria entre a Marinha do Brasil e a Universidade de São Paulo (USP), com engenheiros e cientistas trabalhando em conjunto para criar o reator que será utilizado na embarcação. Esse reator também será um modelo para futuros reatores de uso civil, como os multipropósitos voltados para a produção de fármacos e pequenos reatores para a geração de energia em áreas remotas.
Energia nuclear e a transição energética
Durante a entrevista, Carlos Seixas ressaltou que a energia nuclear tem se consolidado como uma fonte essencial para a transição energética global, devido ao seu caráter limpo e eficiente. Ele destacou que o Brasil, sendo um país de dimensões continentais, se beneficiará enormemente do uso de pequenos reatores nucleares, conhecidos como Small Modular Reactors (SMR), para fornecer energia a regiões de difícil acesso, onde as linhas de transmissão convencionais não conseguem chegar.
Seixas também comentou que esses reatores podem representar um avanço significativo para o Brasil no campo energético, ao oferecer uma solução sustentável que complementa outras fontes de energia renovável, como a eólica e a solar. Ele frisou que a energia nuclear é uma peça-chave para garantir a segurança energética do país, especialmente em um cenário de demanda crescente por eletricidade limpa.
Capacidades da Nuclep e seu papel na indústria nuclear
A Nuclep se destaca pela sua infraestrutura e capacidade de lidar com projetos de grande porte e complexidade. De acordo com Seixas, a empresa tem um histórico robusto de construção de componentes para submarinos e usinas nucleares, além de ser a única no Brasil com o selo internacional da American Society of Mechanical Engineers (ASME), que certifica sua excelência técnica e qualificação de sua equipe.
Além de sua atuação no setor nuclear, a Nuclep expandiu recentemente sua participação no mercado de energia, com a construção de torres de transmissão, essencial para escoar a energia gerada por fontes renováveis. Seixas enfatizou que essa diversificação ajuda a manter a sustentabilidade financeira da empresa, além de contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura energética do país. A Nuclep está pronta para desempenhar um papel ainda maior na transição energética, tanto no campo nuclear quanto em outras áreas estratégicas de energia.
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