Indústria de Defesa terá modelo ‘gov to gov’ com apoio da ABDI e FIESC

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Em um movimento estratégico para fortalecer a indústria de defesa brasileira no cenário internacional, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) assinaram um convênio para implementar um modelo de exportação na modalidade “Governo a Governo” (gov to gov). A parceria, que busca ampliar as vendas de produtos de defesa, promete impulsionar a Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil com negociações mais transparentes e eficientes.

O que é o modelo “Governo a Governo” (Gov to Gov) na Defesa?

O modelo “Governo a Governo” (gov to gov) representa uma das estratégias mais eficazes para fortalecer a presença da indústria de defesa no mercado internacional. Por meio desse formato, as transações ocorrem diretamente entre governos, sem intermediários comerciais, o que assegura maior transparência, controle nos processos de negociação e alinhamento estratégico entre as partes envolvidas.

Na área da Defesa, acordos gov to gov são especialmente importantes para negociações envolvendo equipamentos estratégicos, como aeronaves militares, sistemas de vigilância, veículos de combate e tecnologias avançadas. Além de garantir segurança e confiabilidade nas transações, esse tipo de negociação frequentemente inclui cláusulas adicionais, como transferência de tecnologia, programas de capacitação técnica e offsets — contrapartidas que ajudam a desenvolver a indústria e a tecnologia do país comprador.

Em âmbito global, exemplos de sucesso com o modelo gov to gov incluem vendas de caças, sistemas de defesa antiaérea e veículos blindados, em que a confiança entre governos e a clareza nos acordos são fatores determinantes para a consolidação de parcerias de longo prazo.

Impacto para Santa Catarina e a Base Industrial de Defesa (BID)

O convênio firmado entre a ABDI e a FIESC traz benefícios diretos para Santa Catarina, estado onde 28 empresas estratégicas de defesa já operam, fortalecendo a Base Industrial de Defesa (BID) regional e nacional. Essas empresas são responsáveis por soluções tecnológicas que vão além do setor militar, impactando áreas civis como saúde, telecomunicações e aeroespacial.

Segundo Vanessa Wohlgemuth, gerente executiva do CONDEFESA/SC, a parceria permitirá expandir as exportações, promovendo o desenvolvimento econômico e tecnológico da região. O setor gera empregos altamente qualificados, com foco em engenharia e ciência, fundamentais para manter o país competitivo em um cenário global.

A base industrial de Santa Catarina também movimenta pequenas e médias empresas, integrando-as às grandes cadeias produtivas da defesa. Com o crescimento das exportações via gov to gov, o estado tende a se consolidar como um polo tecnológico e inovador, beneficiando diretamente a economia local e nacional.

A importância da BID para a soberania e desenvolvimento nacional

O fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) é um pilar estratégico para a soberania e o desenvolvimento do Brasil. A existência de uma BID sólida reduz a dependência do país em relação à importação de sistemas críticos, garantindo que tecnologias estratégicas permaneçam acessíveis mesmo em períodos de instabilidade global.

Além disso, os avanços na indústria de defesa têm impactos diretos em setores civis. Tecnologias desenvolvidas para uso militar, como sistemas de comunicação, aeronaves, satélites e equipamentos de vigilância, frequentemente encontram aplicações em áreas como saúde, telecomunicações, aviação comercial e educação, estimulando o avanço tecnológico em toda a sociedade.

De acordo com Perpétua Almeida, diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, “a indústria de defesa é dual, pois, além de atender às necessidades militares, suas tecnologias transbordam para o setor civil, gerando empregos e estimulando o crescimento econômico do país”.

Nesse contexto, o convênio entre ABDI e FIESC posiciona o Brasil em um novo patamar no mercado internacional, promovendo não apenas a exportação de produtos de defesa, mas também a transferência de tecnologia e o estabelecimento de parcerias estratégicas de longo prazo, fundamentais para o desenvolvimento industrial, econômico e tecnológico do país.

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