CIGS recebe militares estrangeiros para Curso na Selva 2024

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A selva amazônica voltou a ser palco de um importante intercâmbio militar nesta semana, com o início do Curso Internacional de Operações na Selva 2024. Promovido pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), o curso reúne 18 militares de nove nações amigas, proporcionando uma experiência única de treinamento e cooperação em um dos ambientes mais desafiadores do planeta.
Estrutura e Importância do Curso Internacional de Operações na Selva
O Curso Internacional de Operações na Selva, realizado pelo CIGS, é reconhecido por sua complexidade e exigência física e mental. Dividido em três fases, ele oferece uma imersão completa nas particularidades do ambiente amazônico. Na fase inicial, chamada de Vida na Selva, os participantes aprendem técnicas de sobrevivência essenciais, incluindo obtenção de água e alimentos, construção de abrigos e manejo seguro de animais selvagens e peçonhentos.
A segunda fase, Técnicas Especiais, ensina procedimentos específicos para deslocamento, planejamento e execução de operações militares na selva, um conhecimento vital para qualquer força armada que atue em ambientes de floresta tropical. Na fase final, os alunos aplicam tudo o que aprenderam em patrulhas terrestres e fluviais, participando de operações práticas que simulam cenários reais de combate e reconhecimento.
O CIGS é considerado um centro de excelência no treinamento de guerra na selva e tem sido um dos principais destinos para militares estrangeiros que buscam adquirir habilidades para operar em terrenos hostis e de difícil navegação. Desde 2016, o Curso Internacional tem recebido participantes de diversas nações, reforçando o papel do Brasil como líder no treinamento especializado para operações em ambiente tropical.
Diplomacia Militar e Cooperação Internacional
O Exército Brasileiro tem uma longa tradição de cooperação e diplomacia militar, que vai além dos campos de treinamento. A realização do Curso Internacional de Operações na Selva é um exemplo claro de como o intercâmbio de conhecimentos pode fortalecer as relações entre nações. Durante a formatura de apresentação dos candidatos, realizada no dia 11 de outubro, o Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Costa Neves, destacou a importância dessa integração. Para ele, a participação de militares de diferentes países não apenas promove a troca de experiências técnicas, mas também reforça laços de amizade e confiança.
Participam desta edição do curso militares da Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Japão, Paraguai, Polônia e Uruguai. A presença dessas nações demonstra o interesse global em aprender com as técnicas desenvolvidas pelo CIGS, que são adaptadas especificamente para as características únicas da Amazônia. O curso é ministrado em inglês para facilitar a comunicação e garantir que todos os participantes possam aproveitar ao máximo o treinamento.
Além do Curso Internacional de Operações na Selva, o Exército Brasileiro também participa de outras atividades de cooperação militar, como a Operação Core, em parceria com o Exército dos Estados Unidos, e o Exercício Arandu, realizado em conjunto com a Argentina. Esses exercícios conjuntos são fundamentais para fortalecer a interoperabilidade das forças e projetar a imagem do Brasil no cenário internacional como uma força capacitada e preparada para enfrentar desafios globais.
Desafios e Experiência dos Participantes no Curso
A vida na selva é uma experiência que desafia até os mais preparados. Durante as primeiras semanas do curso, os militares estrangeiros enfrentam testes de resistência e habilidades de sobrevivência, incluindo a obtenção de recursos naturais para alimentação e segurança. Aspectos como orientação diurna e noturna, armadilhas de caça e transporte de feridos são parte do rigoroso treinamento que coloca à prova o preparo físico e mental dos participantes.
Para muitos dos militares estrangeiros, esta é a primeira oportunidade de vivenciar a realidade da selva amazônica, com suas condições imprevisíveis e seu ecossistema complexo. O curso oferece não apenas uma capacitação técnica, mas também uma imersão cultural que amplia a compreensão sobre a importância estratégica da Amazônia.
Ex-participantes relatam que as habilidades adquiridas no curso são valiosas não apenas para operações de combate, mas também para missões de resgate e operações humanitárias, nas quais a adaptação ao terreno pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. A fase final do curso, em que as patrulhas simulam cenários de operações reais, é uma das mais aguardadas pelos alunos, pois coloca em prática tudo o que foi aprendido, promovendo uma avaliação realista e desafiadora das técnicas de combate na selva.
Ao fim de seis semanas, os alunos do Curso Internacional de Operações na Selva deixarão Manaus com uma nova perspectiva sobre a guerra na selva e um respeito renovado pelas forças que atuam na preservação e defesa do bioma amazônico. A troca de experiências e o aprendizado conjunto contribuem para a formação de laços duradouros entre os militares e as forças armadas dos diferentes países, cumprindo o objetivo maior de fortalecer a cooperação internacional.
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