Na semana de 14 a 18 de dezembro, ocorreram dois eventos, nos quais foi possível demonstrar a integração entre o Projeto Rádio Definido por Software de Defesa (RDS-Defesa), sob a responsabilidade do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), e outros dois projetos do Ministério da Defesa (MD): o Link BR2, a cargo da Força Aérea Brasileira, e o Multi Data Link Processor (MDLP), a cargo da Marinha do Brasil. Esses três projetos integram o Programa de Interoperabilidade Técnica de Comando e Controle do MD.

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Dentre os objetivos do Projeto RDS-Defesa, destaca-se a pesquisa e o desenvolvimento de uma família de rádios veiculares e portáteis (manpack e handheld), baseados na tecnologia de Rádio Definido por Software, além do desenvolvimento de formas de onda de Defesa, provendo meios para se alcançar a interoperabilidade nas comunicações táticas das Forças Armadas.

Em 16 de dezembro, uma equipe de engenheiros militares do CTEx participou de uma demonstração do RDS-Defesa nas instalações da empresa AEL Sistemas, em Porto Alegre (RS). A demonstração ocorreu durante a visita de autoridades para acompanhar a Campanha de Ensaio em Voo do Projeto Link-BR2 embarcado no F-5M. Estavam presentes o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, e o Chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar. Na ocasião, foi demonstrada a operação da 1ª versão do RDS-Defesa veicular com a plataforma de rádio utilizada no Link-BR2 e embarcada no F-5M para o teste em voo.

No dia 17 de dezembro, a Marinha do Brasil (MB) realizou a Prova de Conceito (POC) de seu Multi Data Link Processor (MDLP), um sistema que pretende integrar todos os links de dados das Forças Singulares em um teatro de operações. Duas unidades do RDS-Defesa foram inseridas nessa Prova de Conceito, simulando dois nós de um link de dados do Exército Brasileiro (EB) que se comunicavam em rádio frequência.

Na Prova de Conceito do MDLP, duas unidades do RDS-Defesa simularam a comunicação de dois nós de um link de dados do EB. Um dos rádios recebia de um simulador os acompanhamentos do link do EB e os transmitia, e o outro rádio recebia os acompanhamentos e os repassava ao MDLP. Com isso, foi possível trazer à realidade um conceito há muito tempo perdido: comunicações militares em rádio frequência de forma segura, com tecnologia e desenvolvimento nacionais.

Os eventos mostraram que o RDS-Defesa não é mais um conceito de rádio, mas um rádio que opera, implementando a arquitetura Software Communications Architecture (SCA), uma estrutura criada para facilitar a interoperabilidade entre as Forças Singulares e permitir a portabilidade de formas de ondas entre os rádios.

Fonte: CTEx
Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).