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Em uma época de grandes transformações militares, um oficial visionário mudou para sempre a história das Operações Especiais no Brasil. Há cem anos, em 28 de janeiro de 1925, nascia o Coronel Gilberto Antônio Azevedo e Silva, o “Operador Especial 01”. Criador e primeiro instrutor do Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, ele deixou um legado que atravessa gerações e molda a formação de militares altamente capacitados até os dias de hoje.
A criação do Curso de Operações Especiais
O ano de 1957 marcou o início de uma revolução na doutrina militar brasileira. Naquele período, o então Major Gilberto Antônio Azevedo e Silva retornou de uma missão oficial aos Estados Unidos, onde adquiriu conhecimentos fundamentais sobre operações de forças especiais. Além da experiência adquirida, ele trouxe consigo vasta documentação que serviria como base para um novo conceito de instrução no Brasil.
Ao apresentar esse material ao General Djalma Dias Ribeiro, comandante do Núcleo da Divisão Aeroterrestre — atual Brigada de Infantaria Pára-quedista, no Rio de Janeiro —, ficou clara a necessidade de implementar uma formação especializada para operações não convencionais. Uma comissão foi criada para estudar e adaptar os ensinamentos estrangeiros à realidade do Exército Brasileiro.
Dessa iniciativa, nasceu o primeiro Curso de Operações Especiais, realizado de 2 de dezembro de 1957 a 4 de julho de 1958, na Colina Longa, Vila Militar do Rio de Janeiro. A missão era clara: formar líderes altamente capacitados para atuar em cenários de combate diferenciados, incluindo infiltração em território inimigo, sabotagem, resgate e ações de inteligência.
O impacto do pioneirismo do Coronel Gilberto
A visão estratégica do então Major Gilberto estabeleceu as bases de uma especialidade que se tornaria essencial para as Forças Armadas brasileiras. Com o passar dos anos, a estrutura do curso evoluiu, acompanhando as transformações no campo de batalha e o desenvolvimento de novas táticas e equipamentos.
Inicialmente sediado na Colina Longa, o treinamento dos Operadores Especiais passou pelo Forte Camboatá, também no Rio de Janeiro, até chegar ao atual Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOpEsp), localizado em Niterói (RJ). Essa trajetória reflete a consolidação do curso como referência na formação de militares altamente treinados para missões de alto risco.
O legado do Coronel Gilberto foi oficialmente reconhecido pelo Exército Brasileiro. Em 2015, um ano após seu falecimento, a Portaria nº 766, de 1º de julho, concedeu ao CIOpEsp a denominação histórica de Centro de Instrução Coronel Gilberto Antônio Azevedo e Silva, uma homenagem àquele que deu início a essa jornada.
O Centro de Instrução Coronel Gilberto Antônio Azevedo e Silva
Atualmente, o CIOpEsp mantém viva a doutrina das Operações Especiais no Exército Brasileiro. O centro é responsável por formar operadores de elite, treinados para atuar em ambientes hostis, tanto em missões militares quanto em operações conjuntas com forças de segurança pública.
O curso segue os princípios estabelecidos pelo seu fundador, adaptando-se às exigências modernas do combate irregular. Com um treinamento rigoroso que abrange técnicas de sobrevivência, combate corpo a corpo, tiro tático, infiltração e extração em áreas de risco, o CIOpEsp consolida o papel do Brasil no cenário das forças especiais.
Cem anos após o nascimento do Coronel Gilberto Antônio Azevedo e Silva, seu espírito inovador permanece presente em cada novo Operador Especial formado. Seu pioneirismo transformou a maneira como o Exército Brasileiro prepara suas tropas para os desafios do século XXI, reafirmando sua importância na história militar do país.
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