Construção de fragatas ainda tem oportunidades para indústria nacional

O Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) ainda oferece uma série de oportunidades para empresas da base industrial naval e da base industrial de defesa do Brasil. A expectativa é que as atividades de construção das quatro unidades contratadas pela Marinha tenham início no começo de 2022.

O Consórcio Águas Azuis (uma Sociedade de Propósito Específico) e o estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC), onde os navios serão construídos, buscam fornecedores de equipamentos e serviços no Brasil e no exterior. Eles seguem critérios de competitividade e de conteúdo local especificados pela força naval.

“Em todos os processos fazemos essa procura. É uma etapa de compliance que a empresa precisa fazer, onde buscamos fornecedores internacionais e alternativas. Comparamos e decidimos a melhor solução — com pilares e critérios diversos: comerciais, técnicos, engenharia, qualidade e conteúdo local”, afirmou o CEO Águas Azuis, Fernando Queiroz, na última semana, durante evento com representantes de fornecedores locais no estaleiro Brasil Sul, promovido pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron).

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Desafio

“Pedimos para que as empresas brasileiras aceitem o desafio e vejam com interesse as oportunidades geradas com essas quatro [unidades contratadas], mais a visão de futuro com potencial necessidade de mais navios e a operação com toda demanda durante 30 anos de operação e vida do navio”, ressaltou Queiroz. Ele acrescentou que existem pacotes de fornecedores estrangeiros que incluem fabricantes de componentes do Brasil.

O PFCT prevê 31,75% de conteúdo local mínimo para a primeira fragata, passando para a meta de 40,50% nas demais unidades, considerando materiais, serviços e mão de obra. A Emgepron e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram acordo para o acompanhamento e aferição do conteúdo local utilizando a metodologia do banco.

Oportunidades fechadas

CMS e IPMS — Atech;
Propulsores principais — MAN do Brasil;
Raytheon do Brasil — Sistema de navegação;
Sistema de extinção de incêndio — Johnson Controls do Brasil;
Sistema de climatização — Heinen & Hopman do Brasil;
Sistema de comunicação interno e externo — Rohde & Schwarz;
Medidas de apoio à guerra eletrônica (MAGE) — Omnisys;
Guindaste de Hangar — Strauhs;
Embarcações miúdas — DGS;
Cilindros (vasos de pressão) — Cigtech;
Proteção catódica — ICM;
Compressores — Sauer;
Bombas — Netzsch e Asvac;
Tintas — Jotun;
Isolamento térmico para tubulações e equipamentos — Acital;
Máquina de suspender, cabrestantes e RAS capstan — Strauhs;
Mesa cirúrgica e foco cirúrgico — AFAC;
Grupo gerador — MTU;

Oportunidades em aberto

Planta elétrica (em discussão) — Queiroz contou que existe um pré-contrato com um grande fornecedor elétrico, que precisará aliar o conhecimento com demanda e necessidade de conteúdo local (componentes);
Grupo gerador* — MTU (fechado), com previsão de alternador Weg (em análise);
Tubulações e acessórios (flanges e colares);
Proteção balística;
Válvulas diversas;
Escadas em geral e escadas tipo prancha (gangway);
Casulo para balsas salva-vidas, balsa salva-vidas e equipamentos de salvatagem diversos;
Fundição de aço e usinagem (peças pra montagem dos navios em si);
Módulos para sistemas de comunicação;
Escotilhas e porta de visita;
Sinos e gongos;
Âncoras e amarras;
Espaços habitáveis e espaços de cozinha (nível industrial);
Espaços de lavanderia (nível industrial);
Workshop (equipamentos, ferramentas e maquinários diversos);
Sistema de reabastecimento em mar;
Manufatura e instalação de sistemas de exaustão (mão de obra, fabricação, instalação);
Ammunition crane (guindaste para movimentação de guarnição);
Torpedo Stowage System;
Equipamentos de controle de avarias;

Oportunidades estaleiro (serviços)

Calibração de instrumentos;
Serviços de medição de ruído e vibração;
Ensaios não destrutivos – ultrassom;
Ensaios não destrutivos – gamagrafia;
Ensaios não destrutivos – líquido penetrante;
Ensaios não destrutivos – partículas magnéticas;
Usinagem de corpos de prova para ensaios mecânicos;
Testes de carga (guindastes e pontes);
Serviços de mergulho – inspeção de sistema de propulsão e casco;
Serviços para indústria metal-mecânica (usinagem, estruturas, etc) para navio e estaleiro;
Mão de obra – pintura (tubulação, elétrica, carpintaria);
Ativos (alguns galpões modulares, elementos metálicos, equipamentos etc);

Fonte: Sinaval/Portos e Navios/Danilo Oliveira e Portal BIDS

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