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Em uma manhã marcada por memórias, reencontros e compromisso com o futuro, o auditório da Coppe se transformou em palco para uma celebração que atravessa gerações. O Conselho de Minerva completou 25 anos de atuação em defesa da educação pública e da memória da UFRJ, homenageando personalidades que compartilham o ideal de uma universidade viva, plural e comprometida com o conhecimento.
Uma história forjada no afeto e na defesa da educação
Criado em 1999 por antigos alunos da Escola de Comunicação da UFRJ — Gilberto Lima, Raymundo Machado e Sebastião Amoêdo de Barros — o Conselho de Minerva foi oficialmente institucionalizado em 15 de dezembro daquele ano. Sua primeira Assembleia Geral ocorreu em 19 de março de 2000, data que passou a ser celebrada como marco fundacional.

Ao longo de 25 anos, o Conselho consolidou-se como uma entidade independente, formada por associações, ex-alunos e amigos da UFRJ, com o objetivo de preservar a memória da universidade, apoiar sua missão institucional e atuar como elo entre gerações de estudantes. Destacam-se em sua trajetória a vitória judicial contra a apropriação indevida da marca “Universidade do Brasil” por uma instituição privada, a campanha de doação de sangue ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, a gravação de entrevistas com personalidades acadêmicas e o estreitamento de laços internacionais, como o primeiro contato oficial entre a UFRJ e a Universidade de Tel Aviv.
O Conselho é hoje uma rede ativa de conselheiros eméritos e beneméritos, reconhecidos por seu engajamento com a causa educacional. Seus símbolos — como a medalha com fita verde e amarela — reafirmam o vínculo perene entre passado, presente e futuro da universidade pública brasileira.
Honrarias que simbolizam resistência e fraternidade
Durante a Assembleia Geral Festiva realizada no auditório da Coppe, foram entregues duas importantes distinções: o Colar do Mérito Pedro, O Libertador, instituído em 2022, e a Ordem do Mérito Guriri, criada em 2025.
O Colar homenageia instituições e cidadãos do Brasil e de Portugal que se destacam na defesa de seus países e na promoção da fraternidade entre os dois povos, evocando o legado de Dom Pedro de Alcântara. Já a Ordem Guriri — inspirada na planta Allagoptera arenaria, símbolo de resiliência e raízes profundas — homenageia conselheiros dedicados à causa da educação e à defesa da UFRJ.

Na cerimônia, estiveram presentes reitores e representantes de diversas instituições públicas de ensino superior do Rio de Janeiro, como UFF, UniRio, UFRRJ e Uerj. Os discursos foram marcados por apelos ao respeito à diversidade de ideias, ao diálogo institucional e à valorização da universidade pública como espaço de escuta, debate e transformação social.

O reitor da UFRJ e presidente de honra do Conselho, Roberto Medronho, reforçou a importância da universidade como promotora da paz e da dúvida construtiva: “Precisamos de mais paz e mais compreensão. De mais dúvidas e menos certezas, já que a dúvida nos move, e a certeza nos paralisa”.
A vice-reitora Cássia Turci destacou o compromisso ambiental da UFRJ e mencionou a criação de um manual de sustentabilidade voltado para as unidades acadêmicas. Já o presidente do Conselho, Sebastião Amoêdo de Barros, emocionou-se ao propor que o dia fosse reconhecido como o “dia do perdão”, em alusão à capacidade de superação e reconciliação em nome de um bem comum: a educação.
Redes, futuro e a universidade como espaço de escuta ativa
Mais do que uma celebração, os 25 anos do Conselho de Minerva foram uma reafirmação de seu papel estratégico no fortalecimento da UFRJ. Em sua fala, Amoêdo lembrou que o futuro da universidade pública depende da capacidade de mobilizar diferentes formas de apoio: “Grandes universidades ao redor do mundo se sustentam com investimentos privados em programas específicos que geram retorno financeiro para sua manutenção e expansão. Nós também podemos construir esse caminho”.
Entre os compromissos renovados durante o evento, destacam-se:
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ampliação da rede de ex-alunos e maior aproximação entre gerações universitárias;
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valorização do debate acadêmico plural e qualificado, com respeito à divergência e combate ao discurso autoritário;
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promoção de políticas ambientais e de educação regenerativa, alinhadas aos desafios contemporâneos, como as mudanças climáticas;
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construção de parcerias internacionais voltadas para pesquisa, cultura e inovação.
O Conselho de Minerva, ao completar 25 anos, reafirma que sua missão não se encerra na celebração da memória — ela começa nela. E, como a planta que lhe dá nome à nova honraria, a entidade segue crescendo com raízes profundas e galhos abertos para o amanhã.
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