O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), Cássio Araújo de Freitas, tomou a decisão de fazer um apelo controverso à sua corporação. Em uma publicação oficial no canal do Instagram da PMSP, ele pediu à tropa que não hesite em usar “as ferramentas de trabalho” e “a legítima defesa a seu favor”. As declarações, feitas na última quinta-feira (6), vêm em um momento delicado para a segurança pública do estado.
Freitas se mostrou preocupado com a hesitação observada em algumas ocorrências. “A sociedade quer que você trabalhe, viva bem, e que esteja íntegro para cumprir as suas missões. A sociedade, a Polícia Militar e a sua família. Pense neles, sinta-se seguro para trabalhar. A instituição está à sua disposição”, disse o comandante.
Contexto de Violência Crescente
O apelo do coronel ocorre um dia após o assassinato brutal de um tenente aposentado da PM em Itapecerica da Serra, interior do estado. O militar foi sequestrado e torturado antes de ser morto, um episódio que chocou a corporação e o público.
Os dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) mostram que a letalidade policial no estado está em crescimento. Em maio deste ano, houve um aumento no número de pessoas mortas por policiais, passando de 35 para 38, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Além disso, houve um aumento de 88% nas mortes causadas por policiais militares em serviço, passando de 17 para 32 vítimas.
Reação da Sociedade e Consequências
Enquanto a polícia defende o uso da força como necessário para a segurança e proteção dos seus membros e da sociedade, críticos questionam o aumento da letalidade policial e pedem mais controle e responsabilidade. Essa tensão evidencia o desafio de equilibrar a necessidade de proteger a sociedade e garantir a segurança dos policiais, com a obrigação de respeitar os direitos humanos e evitar o uso excessivo da força.
Diante desse cenário, o pedido do comandante-geral pode ser visto tanto como um gesto de apoio aos membros da corporação, quanto como um sinal de preocupação com o aumento da violência. O equilíbrio entre a necessidade de ação efetiva e a preservação dos direitos dos cidadãos continuará sendo um tema de debate e preocupação para a sociedade paulista.
Com informações da Agência Brasil