Comandante Alves de Almeida explora participação da Marinha em 1917

O Comandante Alves de Almeida, professor e historiador na Escola de Guerra Naval, trouxe à tona aspectos pouco conhecidos da participação da Marinha do Brasil na Primeira Guerra Mundial. Em suas pesquisas, realizadas em arquivos do Brasil, Portugal, Inglaterra e França, ele revela o impacto histórico da missão brasileira e o legado que ela representa para a memória naval do país.

A Missão Naval Brasileira na Primeira Guerra Mundial

Quando o Brasil declarou guerra à Alemanha em 1917, após o afundamento de navios nacionais por submarinos alemães, o governo decidiu contribuir para o esforço dos Aliados. A criação da Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG) marcou a primeira ação efetiva do Brasil em um conflito internacional, destacando a Marinha do Brasil como força ativa na proteção do Atlântico. Sob o comando do Almirante Pedro Max Fernando Frontin, a DNOG se preparou intensamente antes de partir para a Europa, realizando treinamentos de combate e adestramento. Os navios brasileiros, entre eles cruzadores e contratorpedeiros, foram mobilizados para patrulhamento antissubmarino em uma região estratégica entre o Atlântico e o Mediterrâneo. A missão exigiu superação e organização, enfrentando obstáculos como a escassez de carvão e as terríveis condições da gripe espanhola, que afetou gravemente as tripulações.

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A Pesquisa Histórica e o Resgate da Memória Naval

O Comandante Alves de Almeida, em sua função de pesquisador e professor da Escola de Guerra Naval, dedicou-se a explorar e documentar essa missão histórica. Para isso, realizou uma ampla pesquisa em arquivos brasileiros e internacionais, incluindo visitas ao Arquivo Nacional, ao Arquivo Histórico da Marinha e a bibliotecas em Portugal, França e Inglaterra. Esses registros revelaram detalhes sobre a participação brasileira, desde os preparativos no Brasil até as patrulhas realizadas sob a supervisão do comando naval britânico em Gibraltar. Além de reunir diários, cartas e documentos oficiais, Almeida destaca a importância do mausoléu no Cemitério de São João Batista, onde estão homenageados os tripulantes falecidos, como um símbolo perene do sacrifício desses homens.

Legado e Impacto da Primeira Guerra na Marinha Brasileira

A experiência da DNOG deixou um legado significativo para a Marinha do Brasil. As lições aprendidas em operações de guerra em território estrangeiro, bem como o fortalecimento de alianças com nações aliadas, contribuíram para moldar a estrutura e as estratégias navais da Marinha nos anos subsequentes. Essa participação pioneira em um cenário internacional forneceu experiência de combate para os oficiais, além de fortalecer a importância da preparação técnica e do espírito de cooperação entre as forças. Hoje, o resgate dessa história por meio de estudos e homenagens, como os realizados pelo Comandante Alves de Almeida, inspira as novas gerações de oficiais, reafirmando a relevância de preservar a memória e os valores construídos pela Marinha em defesa da soberania nacional.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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