O webinar “Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro apresenta seus projetos”, realizado em 22/10, mostrou oportunidades diretas para a indústria marítima brasileira e sua cadeia de valor de navipeças, em diversos projetos, como o Programa Fragatas Classe Tamandaré e o Projeto de Obtenção do Navio de Apoio Antártico. Todos eles com mínimo de conteúdo local exigido, garantindo o acesso à indústria nacional.

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Carlos Erane,  vice-presidente da Firjan, presidente do Conselho de Administração do Cluster e presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde), destacou o papel estratégico do Rio de Janeiro nesse segmento e a oportunidade para a indústria naval local se preparar e aproveitar o momento. Segundo Erane, que também preside a Firjan Nova Iguaçu e Região, o cluster é um instrumento de desenvolvimento econômico e social para o país.

Após citar que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta para 2030 que cerca de 5% a 6% do valor agregado gerado na economia mundial decorrerá da economia do mar, o vice-almirante Edésio Teixeira Lima Junior, diretor-presidente da Empresa Gerencial Projetos Navais (Emgepron), destacou a importância da inovação e tecnologia como um dos focos estratégicos do Cluster.

Ele ressaltou que o Programa da Classe Tamandaré, assim como o Projeto de Obtenção do Navio de Apoio Antártico, o programa de submarinos e o e-navigation, trazem um componente de inovação e de tecnologia muito relevante. “No caso do Tamandaré, há um propósito de se criar uma indústria e navios complexos que têm colocação no mercado mundial; e o Brasil poderá exportar essa classe de navio ou outras com a grande participação da indústria no conteúdo local”, enfatizou.

Conteúdo local previsto

O capitão de mar e guerra Roberto Marcelo Moura dos Santos, gerente do Programa Fragatas Classe Tamandaré, disse que a assinatura do contrato para a construção dessas embarcações, a ser realizada em Itajaí (SC), abre novas perspectivas de fornecimento para a indústria nacional de equipamentos navais.

A participação da indústria nacional é contemplada no contrato por meio do atingimento do índice de conteúdo local e da transferência de tecnologia. Segundo ele, o índice mínimo para o conteúdo local para o primeiro navio é de 31,75%. Para os demais chega a 40,50%.

De acordo com estudos acadêmicos, os fatores principais a serem vistos pelos estaleiros na escolha dos fornecedores são: o preço do produto, a qualidade, a confiança na entrega, a localização geográfica e a capacidade de inovação, orientou o capitão.

A apresentação do capitão de mar e guerra Archimedes Francisco Delgado, gerente do programa Navio de Apoio Antártico, mostrou a situação do projeto, suas perspectivas e as principais possibilidades de participação da indústria nacional. De acordo com ele, o mais importante é que o navio será construído num estaleiro situado no Brasil e que se espera a geração de 600 empregos diretos e 6.000 indiretos. Além disso, será exigido o índice mínimo de conteúdo local de 45%.

O programa está em fase de recebimento de propostas, que devem ser entregues pelas proponentes até 11/11. A partir daí, começa a seleção das melhores ofertas, a serem divulgadas em janeiro de 2021, com três ou quatro propostas. O resultado da vencedora sai em junho de 2021; a assinatura do contrato está prevista para dezembro do mesmo ano; e a construção do navio, entre 2022 e 2025.

Fernando Queiroz, diretor-presidente da sociedade de propósito específico (SPE) Águas Azuis, responsável pelo Programa Classe Fragata Tamandaré, enfatizou que o grupo está em operação e contratando. “As empresas interessadas em fornecer material para o projeto devem se cadastrar no site da Águas Azuis. O processo começa na opção fornecedores”, disse Queiroz, que apresentou todos os passos para esse cadastramento.

Clique aqui para assistir ao webinar.

Fonte: Firjan

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).