Círio de Nazaré: a origem da procissão que reúne milhões de fiéis em Belém

Foto: Marinha do Brasil

O Círio de Nazaré, uma das maiores procissões religiosas do mundo, reúne anualmente cerca de 2 milhões de fiéis em Belém, no Pará. A celebração, que homenageia Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado, tem mais de 200 anos de tradição e começou com o achado da imagem da santa por um pescador no século XVIII.

A Origem do Círio de Nazaré: Tradição e Devoção Centenárias

Foto: Marinha do Brasil

A história do Círio de Nazaré remonta ao ano de 1700, quando, segundo a tradição local, um pescador chamado Plácido José de Souza encontrou uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré às margens de um igarapé. A imagem, que carregava o Menino Jesus nos braços, foi levada para a casa do pescador, mas, segundo a lenda, a santa desaparecia misteriosamente e retornava ao local onde havia sido encontrada. O fato foi interpretado como um milagre, e a notícia se espalhou, dando início à devoção à Nossa Senhora de Nazaré.

A primeira procissão oficial aconteceu em 1793, organizada pelo então governador do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Maurício de Souza Coutinho. A celebração cresceu rapidamente em importância, tornando-se um dos eventos mais esperados pelos fiéis. Ao longo dos séculos, o Círio de Nazaré evoluiu, incorporando novos rituais e práticas que reforçaram sua posição como um dos maiores símbolos de fé no Brasil.

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Elementos Simbólicos do Círio: A Corda e a Romaria Fluvial

Foto: Marinha do Brasil

Entre os elementos mais simbólicos do Círio de Nazaré, destaca-se a corda utilizada pelos fiéis para puxar a berlinda que transporta a imagem da santa. Esse ritual começou em 1885, quando uma enchente atoleu a carruagem que carregava a imagem e, em uma tentativa de movê-la, os fiéis improvisaram uma corda. Desde então, a prática se repetiu e ganhou significado especial, simbolizando a conexão entre os devotos e a santa.

Outra parte importante da celebração é a romaria fluvial, que ocorre um dia antes da grande procissão terrestre. Nesse evento, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida por embarcações ao longo da Baía do Guajará, em um trajeto que cobre cerca de 18 quilômetros. A Marinha do Brasil tem um papel crucial, disponibilizando um barco principal para carregar a imagem. Esta procissão aquática é acompanhada por centenas de embarcações e atrai milhares de devotos, representando a ligação entre fé e as águas da Amazônia.

Além desses rituais, a Transladação, que ocorre na noite anterior ao Círio, também é um momento significativo. Durante esse evento, a imagem é transportada de um local a outro em uma procissão noturna, reforçando a devoção e o vínculo da comunidade paraense com sua padroeira.

Círio de Nazaré Hoje: Um Patrimônio Cultural e Religioso

Nos dias atuais, o Círio de Nazaré é muito mais do que uma celebração religiosa; é um patrimônio cultural e turístico que atrai milhões de pessoas. A festa é acompanhada de 14 procissões ao longo de todo o mês de outubro, tornando-se uma verdadeira mobilização de fé. O evento é reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, o que destaca sua importância não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro.

O impacto do Círio vai além do campo religioso, sendo um momento de fortalecimento da identidade cultural do Pará. A cidade de Belém se transforma para acolher os milhares de visitantes que participam das festividades, gerando impacto econômico significativo, com movimentação no turismo, comércio e serviços.

A devoção à Nossa Senhora de Nazaré continua a crescer, e o Círio permanece como um símbolo de união, fé e tradição para os paraenses e para os católicos do Brasil, sendo uma das maiores expressões religiosas do país.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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