Por Juliana Mota

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Constituído por três centros regionais localizados em Belém (PA), Manaus (AM) e Porto Velho (RO) e um centro de coordenação-geral localizado em Brasília (DF), o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) comemora 19 anos de criação neste sábado (17).

“Encerramos nosso décimo nono ciclo mais preparados e integrados ao Ministério da Defesa. Sinto que estamos prontos para avançar com a sistematização da nossa produção e com a organização aprimorada dos nossos processos internos”, afirmou o diretor-geral do Censipam, Rafael Costa.

As informações são geradas por uma infraestrutura tecnológica composta por subsistemas integrados de sensoriamento remoto, radares, estações meteorológicas e plataformas de coleta de dados. Assim, o Censipam promove o monitoramento da Floresta Amazônica, do espaço marítimo brasileiro e de outras áreas de interesse, produzindo informações em tempo próximo ao real.

Esses dados subsidiam ações conjuntas de vários órgãos que atuam nas duas “Amazônias”, a Legal e a Azul, nas esferas federal, estadual e municipal, o que permite o funcionamento articulado e integrado dessas instituições em todas as suas instâncias.

Verde Brasil 2
No último ano, o Censipam aperfeiçoou o papel de coordenação e integração ao reunir uma equipe com representantes de 10 instituições governamentais. Dedicado à proteção da Amazônia, o grupo conecta dados e informações disponíveis nos diferentes órgãos com atuação na região.

Essas informações geram produção de relatórios operacionais que direcionam o planejamento das ações das Forças Armadas e equipes de fiscalização durante à Operação Verde Brasil 2. Eles informam sobre os crimes ambientais, que incluem dados sobre a classe do desmatamento, localização e descrição da área.

Em 11 meses, esse grupo elaborou mais de 50 relatórios que apontaram as áreas prioritárias para atuação das equipes de órgãos participantes da Operação Verde Brasil 2. Além de servidores do Censipam, a equipe conta com representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Agência Nacional de Mineração, Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Serviço Florestal Brasileiro.

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O Censipam aperfeiçoou, ainda, os programas de monitoramento de queimadas e do desmatamento na Amazônia. A metodologia desenvolvida permite identificar eventos de incêndios, dimensões, persistência em dias e priorizar as ações de combate no terreno.

Um dos resultados práticos desse apoio científico e tecnológico capaz de orientar as ações em campo é a redução do desmatamento. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2020 e março de 2021, os avisos de desmatamento na Amazônia Legal tiveram redução de 19,15% quando comparados ao ciclo anterior. Esse dado representa mais de 1.000 km2 de floresta preservada.

Além disso, o Censipam também fornece apoio especializado em campo. No contexto da Verde Brasil 2, agentes de geointeligência do Censipam, pilotos de drones e operadores de antenas de comunicação satelital transportáveis participaram de mais de 60 ações para auxiliar na confirmação das áreas prioritárias para o enfrentamento.

Amazônia Azul
A partir do dia 25 de março de 2020, com a publicação do Decreto nº 10.293, a área de atuação do Censipam foi ampliada, com a inclusão do Mar Territorial, da Zona Econômica Exclusiva e de outras áreas consideradas de interesse.

Em novembro de 2020, o Censipam e a Marinha assinaram um plano de trabalho para o desenvolvimento de ações para o monitoramento da Amazônia Azul. A parceria promove a cooperação e o apoio técnico na condução de projetos e atividades que contribuam para a implementação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz).

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Projetos
O Censipam também dispõe da maior rede de radares meteorológicos do Brasil. Ao todo, são 11 instalados nos estados de Roraima (1), Amazonas (4), Rondônia (1), Acre (1), Pará (2), Amapá (1) e Maranhão (1). Esse sensor é utilizado para o monitoramento de tempestades e previsão de curto prazo na Amazônia, já que é capaz de localizar e reproduzir as nuvens de chuva tridimensionalmente, assim como acompanhar o seu deslocamento. Os produtos provenientes dos radares meteorológicos do Censipam podem ser consultados na plataforma SOS Amazônia: http://sosamazonia.sipam.gov.br/sosmanaus/.

Outro projeto é o Sistema de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológico (SipamHidro). É uma plataforma web desenvolvida para integrar dados e gerar informação e conhecimento sobre as condições hidrometeorológicas da região amazônica. Na plataforma, é possível monitorar: condições atuais dos níveis dos rios, precipitação diária por bacia hidrográfica, condições de nível e vazão dos reservatórios das usinas hidrelétricas e os efeitos das inundações sobre as áreas urbanas em tempo quase real. Saiba mais em http://hidro.sipam.gov.br.

Alertas de queimadas
O Censipam também tem realizado um trabalho especial para apoiar o combate às queimadas. Sediados em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Belém (PA), meteorologistas e especialistas em sensoriamento remoto analisam informações sobre os focos de calor e fazem o cruzamento com dados meteorológicos e imagens de satélites para emitir relatórios diários que apontam os locais de atuação.

Monitoramento de ilícitos
O Censipam criou a metodologia de Localização de Garimpos (LOGAR) e de Pistas de Pouso (LOPIS). Esses ativos de Inteligência Tecnológica são utilizados para detectar, identificar, analisar e monitorar as atividades de extração mineral ilegal e de campos de pouso irregulares, o que possibilita um direcionamento para o combate às atividades ilícitas na Amazônia Legal. Após a consolidação do relatório, as informações são encaminhadas a órgãos como a Polícia Federal.

Há, ainda, a obtenção e a manutenção da consciência situacional acerca de outros ilícitos que ocorrem na Amazônia Legal por meio do Sistema de Gerenciamento de Pistas (GPIS). Esse software foi desenvolvido para a coordenação-geral de inteligência que acompanha continuamente todo o movimento aéreo na região Amazônica. Dessa forma, fornecer subsídios para análise de voos desconhecidos, o que auxilia nas programações de combate a atos ilícitos, como narcotráfico e mineração ilegal, por exemplo.

Fotos: Divulgação

Centro de Comunicação Social da Defesa (CCOMSOD)