CEFAN: A fábrica militar de campeões paralímpicos da Marinha do Brasil

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Desde 2015, o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), da Marinha do Brasil, tem se destacado como um celeiro de talentos paralímpicos, transformando a vida de dezenas de atletas com deficiência. Por meio de uma parceria inovadora com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o CEFAN tem sido palco de treinamento de alto rendimento, revelando campeões que hoje brilham em competições nacionais e internacionais. A trajetória do esporte paralímpico na Marinha reforça a inclusão social e a excelência esportiva, posicionando a instituição como uma verdadeira fábrica de campeões.

O Início da Jornada: Inclusão e Parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

O CEFAN iniciou suas atividades voltadas ao esporte paralímpico em 2015, quando recebeu os primeiros atletas com deficiência para treinamento nas suas instalações. Esse primeiro passo foi dado graças à visão inclusiva da Marinha do Brasil, que enxergou o potencial transformador do esporte para pessoas com deficiência. À medida que o projeto se expandia, a presença de atletas cresceu significativamente, partindo de apenas dois atletas iniciais para mais de 190 pessoas com deficiência frequentando o centro semanalmente.

Em 2018, a parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foi formalizada, consolidando o CEFAN como uma referência no desenvolvimento do esporte paralímpico. A colaboração permitiu a contratação de treinadores especializados, fornecendo aos atletas o suporte necessário para treinar e competir em nível nacional e internacional. Além disso, a infraestrutura de ponta do CEFAN, somada ao apoio técnico, trouxe mais possibilidades de modalidades esportivas, desde o atletismo até o halterofilismo.

Um dos marcos dessa parceria foi a diversificação das modalidades oferecidas, que inicialmente incluíam apenas o atletismo e o vôlei sentado. Com o tempo, outras disciplinas foram incorporadas, como natação, tiro esportivo e halterofilismo, sempre com foco na preparação de atletas para competições de alto nível e na inclusão de novos talentos no esporte.

A Fábrica de Campeões: Desenvolvimento e Revelação de Talentos

Desde o início da parceria entre o CEFAN e o CPB, inúmeros atletas se destacaram no cenário paralímpico, levando o nome do Brasil para o mundo. Um dos casos mais emblemáticos é o de Thayane, uma atleta que iniciou sua trajetória no CEFAN em 2016. Ela começou praticando atletismo, mas foi direcionada ao halterofilismo pelo seu treinador. Hoje, Thayane é campeã paralímpica e recordista mundial, sendo um exemplo claro de como o centro pode transformar vidas e revelar talentos.

Além dela, muitos outros atletas paralímpicos foram descobertos e desenvolvidos no CEFAN. O centro de treinamento oferece uma estrutura de excelência que rivaliza com as melhores do mundo, permitindo que esses atletas, muitos deles vindos de realidades desafiadoras, tenham a oportunidade de competir e se destacar no cenário internacional. O caso de Thayane, que saiu de uma comunidade carente para se tornar uma campeã paralímpica, exemplifica o poder transformador do esporte e o papel fundamental da Marinha em promover essa inclusão.

O objetivo principal do CEFAN não é apenas formar campeões, mas também proporcionar a inclusão social por meio do esporte. A Marinha e o centro se preocupam em acolher pessoas com deficiência, oferecendo a elas uma oportunidade de integração e desenvolvimento pessoal, independente de alcançarem o alto rendimento. No entanto, a excelência da infraestrutura e dos treinamentos acaba revelando grandes talentos, que levam o Brasil a conquistar medalhas e recordes.

O Futuro do Esporte Paralímpico na Marinha do Brasil

O futuro do esporte paralímpico no CEFAN é promissor. A Marinha do Brasil continua a investir em suas instalações e no desenvolvimento de novas modalidades esportivas. Em breve, o centro incluirá o judô e a esgrima paralímpica entre as modalidades disponíveis, ampliando ainda mais o leque de oportunidades para os atletas. O objetivo é continuar revelando talentos e, ao mesmo tempo, promover a inclusão social por meio do esporte, oferecendo um espaço onde pessoas com deficiência possam se desenvolver fisicamente, socialmente e psicologicamente.

A captação de recursos também desempenha um papel essencial no futuro do CEFAN. Através da Lei de Incentivo ao Esporte, a Marinha conseguiu captar 97% dos recursos necessários para o desenvolvimento do projeto paralímpico, um feito significativo em um cenário de difícil captação de verbas. Isso garante a continuidade dos treinamentos e o desenvolvimento das modalidades já existentes, além de permitir a inclusão de novos esportes e treinadores.

Outro fator que reforça o compromisso do CEFAN com o esporte paralímpico é o impacto positivo gerado na vida dos atletas e de suas famílias. Cada pessoa com deficiência que frequenta o centro é acolhida em um ambiente de suporte e respeito, o que gera um reflexo positivo na sua autoestima e no bem-estar familiar. Para muitos, o CEFAN representa não apenas um espaço de treinamento, mas um local onde podem se sentir valorizados e capazes de realizar seus sonhos, independentemente das limitações físicas.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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