Pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, criaram uma câmera holográfica submarina capaz de fazer imagens em 3D de micropartículas e organismos marinhos. Além de compacto, o dispositivo consegue processar uma grande quantidade de fotografias subaquáticas quase em tempo real.

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A weeHoloCam pode ser usada em estudos sobre habitats marinhos complexos com detalhes mais precisos ou para monitorar a poluição em alto-mar, detectando o surgimento de microplásticos e outros elementos impossíveis de serem observados a olho nu em condições de baixa luminosidade.

“Até agora, a velocidade tem sido um grande fator limitante em termos de aplicações práticas mais amplas da holografia digital. Mas com weeHoloCam, os hologramas gravados são processados ​​quase em tempo real, permitindo que os cientistas examinem visualmente as imagens conforme elas são captadas”, explica o professor de engenharia Thangavel Thevar, responsável pelo projeto.

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Testes feitos no Mar do Norte, na Escócia (Imagem: Reprodução/University of Aberdeen)

Pequena notável

Em comparação com outros dispositivos, a weeHoloCam é a menor câmera deste tipo no mercado. Ela tem 9 cm de diâmetro, 60 cm de comprimento e pesa pouco mais de 3,5 kg. Esse tamanho compacto torna o equipamento ideal para utilização em veículos subaquáticos autônomos ou operados remotamente.

Nos primeiros testes feitos no Mar do Norte, perto da cidade de Aberdeen, os engenheiros captaram 100 mil hologramas de diversos tipos de organismos aquáticos em tempo recorde e com uma precisão que permite o monitoramento em áreas que antes eram impossíveis de serem observadas com qualidade.

“Cada holograma pode ser considerado uma pilha de milhares de imagens 2D, mas desenvolvemos um algoritmo para reconstruir rapidamente essas imagens, identificar partículas e extraí-las para criar versões 3D. O tempo de processamento é muito mais rápido do que os sistemas existentes, o que torna a weeHoloCam um dos dispositivos mais modernos do mundo”, comemora o professor Thevar.

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Hologramas de microrganismos subaquáticos (Imagem: Reprodução/University of Aberdeen)

Imagens do futuro

Depois dos testes bem-sucedidos, os pesquisadores pretendem usar a câmera holográfica em várias pesquisas submarinas. Em uma parceria com a Marine Scotland Science, instituição que estuda a vida marinha na Escócia, eles vão desenvolver um programa de monitoramento do plâncton em diversas regiões.

Além disso, o programa Defense & Security Accelerator (DASA), que financiou o projeto de criação da câmera, pretende usar a weeHoloCam em aplicações científicas de defesa e segurança, com a criação de um banco de imagens holográficas de alta resolução em áreas ao redor da Escócia.

“Este é exatamente o tipo de inovação que o financiamento da DASA foi projetado para acelerar. A weeHoloCam tem o potencial de criar uma capacidade útil de defesa em poucos anos, gerando um impacto positivo e realmente rápido para a segurança ambiental de todo o país”, comemora o gerente de projetos da DASA, Chris Jenkinson.

Fonte: University of Aberdeen e Canal Tech

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).